Nível do Guaíba cai para 4,74 metros e fica abaixo de marca de enchente histórica em 1941


Medição foi realizada na manhã desta sexta-feira (10); cota de inundação é de 3 metros. Número de pessoas foram de casa no estado foi a 395 mil, segundo último boletim da Defesa Civil. Lixo demarca recuo do Guaíba recua em Porto Alegre
Pietro Oliveira/RBS TV
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou mais nas últimas horas: desceu para 4,74 metros conforme medição feita às 6h15 desta sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá. Foi uma redução de 30 centímetros em 24 horas (veja o gráfico abaixo). A marca fica abaixo daquela registrada na enchente história de 1941, de 4,76 metros.
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Na quinta-feira (9), foi a primeira vez desde sábado (4) que o nível do lago baixou de 5 metros após atingir 5,33 metros no domingo (5): desceu para 4,90 metros.
Mesmo com a redução, o Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). Apesar disso, a água que avançava sobre as ruas da capital aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, segundo moradores que tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.
A área central de Porto Alegre mais próxima do Guaíba ficou completamente alagada após o lago transbordar. O aeroporto e a rodoviária não estão operando por estarem tomados por água.
Repique
Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após a previsão de mais chuva para o Rio Grande do Sul.
Os pesquisadores afirmam que há “possibilidade de repique por efeito das chuvas previstas a partir de final de semana podendo retornar a marca dos 5 metros”. O cenário pode ser prejudicado caso o vento que sopra do sul se confirme, elevando o lago em cerca de 20 centímetros.
Beira do Guaíba mostra enchente em Porto Alegre no dia 8 de maio de 2024
Nelson Almeida/AFP
Temporais no RS
O mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que subiu para 107 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. A atualização desta quinta-feira (9) aponta que há um óbito sendo investigado.
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A atualização das 18h do boletim da Defesa Civil apontou para altas nos números de desalojados e de feridos, que dobraram.
Às 12h, havia a contagem de 232,6 mil pessoas fora de casa. Às 18h, o número foi para 395,6 mil, sendo 68.519 em abrigos e 327.105 desalojadas (que estão na casa de amigos e parentes).
São 431 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1.742 milhão de pessoas afetadas.
Na quinta, o estado somava 374 feridos. Na última atualização, o número foi para 754. O estado registra 134 desaparecidos.
Compare imagens das cheias de 1941 e de hoje em Porto Alegre
Entenda, em dois pontos, por que as águas não baixam
Bacias formam “funil”: água em grande quantidade que escoa das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias “jogam” suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.
Ventos: ventos que sopram no sentido sul do litoral para o continente empurram a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.
Infográfico mostra geografia de Porto Alegre
Arte/g1
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