Não sei se é o Galípolo, diz Lula sobre escolha para o Banco Central

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou confirmar nesta sexta-feira (16) se vai indicar o atual diretor do Banco Central (BC) Gabriel Galípolo para presidir o banco a partir de 2025, em substituição a Roberto Campos Neto. As falas de Lula ocorreram durante longa agenda no Rio Grande do Sul onde entregou habitações do Minha Casa, Minha Vida, bem como a inauguração do Complexo Viário da Scharlau (BR-116) e do trecho de duplicação da BR-290, ambos em São Leopoldo. Na ocasião, também foi anunciada a conclusão e liberação ao tráfego de 13,8 quilômetros duplicados da BR-290, em Pantano Grande.

Galípolo chegou a ser o “número 2” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e foi o primeiro indicado do atual governo para compor a diretoria do Banco Central. A indicação do presidente da instituição cabe a Lula, mas precisa do aval do Senado.

“Eu não sei se é o [Gabriel] Galípolo. Eu sei é que eu tenho o direito de indicar agora o presidente do Banco Central e mais alguns diretores. Antes de indicar, eu quero conversar com o presidente do Senado, da Comissão [de Constituição e Justiça]. Para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo, para que não fiquem sofrendo desgaste e especulação política durante meses e meses”, disse Lula em entrevista.

Segundo o petista, a pessoa a ser indicada tem que ter “muito caráter, seriedade e responsabilidade”.

“A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da República. A pessoa vai ter compromisso com o povo brasileiro. Na hora que tiver que reduzir a taxa de juros, ele vai ter que ter coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que aumentar, ele vai ter que ter a mesma coragem”, disse Lula.

Essa “independência” defendida por Lula sobre a posição do Banco Central contrasta, no entanto, com a relação entre o presidente e o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto – que foi indicado por Bolsonaro e tem mandato fixo até dezembro.

Desde o início do mandato como presidente, Lula fez diversos ataques a Campos Neto – a quem acusou de não agir em defesa da população, por exemplo.

“Não me desagradou nada, ele desagradou o País. O setor produtivo desse país. Porque não tem explicação a taxa de juros [Selic] ainda estar a 10,25%, não existe explicação para isso. Nós levamos em conta a necessidade de autonomia do Banco Central, mas é importante lembrar que o Banco Central deve ao povo brasileiro”, disse Lula nesta sexta.

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