Pente fino poderá afetar mais de 2 milhões de benefícios do INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciou nesta quinta-feira (1º) um rigoroso processo de revisão e monitoramento de benefícios, visando identificar possíveis irregularidades em diversas modalidades de auxílio. O foco principal está nos benefícios de auxílio-doença (incapacidade temporária) que estão ativos há mais de dois anos e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Essa ação faz parte de um esforço conjunto entre o INSS e os ministérios da Previdência Social e do Desenvolvimento Social. O objetivo é verificar a conformidade dos benefícios, reduzir fraudes e economizar recursos públicos.

De acordo com o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, a meta é realizar, até o final de 2023, a revisão de 800 mil benefícios temporários do INSS. Já o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo BPC, anunciou que 1,254 milhão de benefícios serão revisados. Dentre esses, mais de 448 mil beneficiários não possuem inscrição no Cadastro Único, enquanto outros 806 mil estão com os dados desatualizados há mais de quatro anos.

O BPC atende atualmente mais de 6 milhões de brasileiros, incluindo idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda (renda familiar per capita igual ou inferior a um quarto do salário mínimo). Essas revisões fazem parte da estratégia do governo federal para garantir a sustentabilidade fiscal e cumprir o novo arcabouço fiscal a partir de 2025.

O INSS já economizou cerca de R$ 750,8 milhões com a suspensão e cessação de benefícios irregulares até maio deste ano. No total, foram 37.325 benefícios cancelados e outros 20.375 suspensos, o que demonstra o impacto significativo dessas medidas nas contas públicas.

A intensificação dessas revisões representa um esforço para manter o equilíbrio financeiro do país, ajustando os pagamentos dos benefícios sociais de forma mais criteriosa. A expectativa é que, com a conclusão do pente-fino, seja possível reduzir ainda mais os gastos desnecessários e garantir que os recursos sejam destinados de maneira justa e correta para quem realmente precisa.

Essa iniciativa reforça o compromisso do governo em assegurar a correta aplicação dos benefícios sociais e o combate a possíveis fraudes no sistema previdenciário, garantindo maior transparência e eficiência na gestão pública.

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