Submarino Titan apresentou falhas dias antes de expedição que resultou em implosão, diz ex-diretor da OceanGate

O ex-diretor científico da OceanGate, Steven Ross, revelou que o submarino Titan apresentou falhas apenas dias antes do mergulho que resultou na implosão que chocou o mundo, ocorrida durante expedição aos destroços do Titanic, em junho de 2023.

A revelação ocorreu durante o terceiro dia de audiências da Guarda Costeira dos EUA sobre a implosão. Ross contou ao conselho sobre um problema que o submersível experimental enfrentou em junho de 2023, poucos dias antes de implodir a caminho do local do Titanic. A falha fez com que os passageiros a bordo fossem “lançados de um lado para o outro”, e levou uma hora para retirá-los da água.

O piloto do Titan na viagem dias antes da implosão era o então CEO da OceanGate, Stockton Rush, que morreu durante a implosão do submarino. Rush colidiu com uma antepara durante a falha, segundo Ross.

“Um passageiro ficou de cabeça para baixo. Os outros dois conseguiram se prender na extremidade dianteira do submersível”, afirmou Ross, que afirmou também não saber se foi feita uma avaliação do casco do Titan após o incidente.

Steven Ross disse que começou a trabalhar com a OceanGate em 2018 e se tornou diretor científico da empresa em 2021. Segundo ele, sua missão era “desenvolver um programa científico viável para o submarino Titan”.

Alerta anterior

O painel de investigação da Guarda Costeira americana já havia ouvido dois dias de testemunhos que levantaram questões sobre as operações da empresa antes da missão fatal. Em seu depoimento, o ex-diretor de operações da OceanGate, David Lochridge, afirmou que a diretoria da empresa havia sido alertada sobre falhas no submarino Titan sob altas pressões em 2018, cinco anos antes da implosão que chocou o mundo.

Segundo Lochridge, a tragédia na expedição do Titan aos destroços do Titanic, em 2023, poderia ter sido evitada. Mas, por conta da OceanGate ter “ignorado todas as regras e regulamentos padronizados estabelecidos” por entidades como a Guarda Costeira, agências reguladoras e fabricantes, “era inevitável que algo fosse acontecer”, disse o ex-diretor de operações ao tribunal.

Após as audiências sobre a implosão, a Guarda Costeira enviará um relatório com a conclusão das investigações e uma série de recomendações ao governo dos EUA.

Relembre o caso

O submarino Titan, que pertencia à empresa OceanGate, desapareceu no dia 18 de junho de 2023 em meio a uma expedição aos destroços do navio Titanic. Havia 5 pessoas no veículo, o então diretor-executivo da OceanGate, Richard Stockton Rush III, um copiloto e três bilionários. Segundo a investigação, o veículo implodiu a cerca de 3.350 metros de profundidade por conta da pressão da água e todos os passageiros morreram.

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