Filtro solar e protetor solar são a mesma coisa? Entenda as diferenças

Na sua cabeça, os termos protetor solar, filtro solar e bloqueador solar são sinônimos? De acordo com a Anvisa, cada um desses nomes serve para indicar uma coisa diferente. Aliás, segundo a Anvisa, a palavra bloqueador não pode ser usada na embalagem de nenhum produto, por ser considerada enganosa.

Já a palavra filtro até pode ser usada, mas nunca como a definição do que é o produto, e sim com função complementar. Existem, inclusive, filtros do tipo físico e do tipo químico, que também funcionam de formas diferentes.

No fim, o termo mais correto – e aceito pela Anvisa – acaba sendo protetor solar. Inclusive, qualquer produto que tenha a sigla FPS (Fator de Proteção Solar) na embalagem vai funcionar da mesma forma, até mesmo maquiagens – que, aliás, podem ter uma vantagem a mais na proteção.

Apesar dos dois termos serem usados como equivalentes no dia a dia, existe uma diferença de definição entre eles. Em 2022, a Anvisa atualizou algumas regras e definições de produtos cosméticos. Na resolução RDC Nº 629, a agência designou o protetor solar como “qualquer produto cosmético aplicado na pele e nos lábios, com a principal função de protegê-los da radiação UVB e UVA, seja absorvendo, dispersando ou refletindo essa radiação”, explica Carlos Moura, porta-voz da Anvisa.

Já os filtros solares foram definidos pela resolução RDC Nº 600, como “substâncias adicionadas aos produtos para proteção solar, com a finalidade de proteger a pele dos efeitos nocivos dos raios UV”, informa Moura.

A partir dessas normas, entende-se que o protetor solar é o produto final, pronto para uso, enquanto o filtro solar é um componente dentro do protetor. E, normalmente, os protetores costumam ter mais de um filtro solar na sua composição.

“Existem dois tipos de filtros, os químicos e os físicos. O químico protege a pele absorvendo a radiação por meio de uma reação química, por isso o nome. Ele neutraliza a radiação”, explica Andrey Malvestiti, dermatologista do Hospital Israelista Albert Einstein. “O filtro físico é como uma camada de produto que reflete a radiação”, ensina.

“Filtros químicos precisam de um tempo para serem absorvidos (geralmente de 20 a 30 minutos) e devem ser reaplicados de acordo com a resistência de cada produto e a exposição da pele aos fatores externos”, informa Gabriel Urbino, farmacêutico bioquímico da L’Oréal. Banho de mar e suor causado por exercícios podem enfraquecer a proteção, segundo Urbino.

“Já os filtros físicos têm ação imediata e não precisam de um tempo para serem absorvidos, além de apresentarem baixo potencial alergênico, sendo importantes para formulações de produtos infantis e para indivíduos com peles sensíveis”, completa o farmacêutico.

Químicos e físicos

Segundo Malvestiti, existem 33 substâncias permitidas pela Anvisa para uso como filtro solar em cosméticos. “Dos 33 filtros permitidos, 31 são químicos e só 2 são físicos. A grande maioria dos protetores que encontramos são mistos, vão ter vários dos químicos e um desses físicos”, observa Malvestiti.

O termo “bloqueador solar” foi proibido pela Anvisa por ser considerado enganoso. O que acontece é que nenhum produto é capaz de bloquear completamente a ação do sol, apenas proteger o usuário.

“A rotulagem de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes deve seguir o Art. 12 da RDC 752/2022, que proíbe nomes, marcas ou imagens que possam induzir o consumidor ao erro, confusão ou engano quanto às características ou à segurança do produto”, explica Carlos Moura.

“Todos os protetores têm FPS e FP-UVA”, afirma o dermatologista Andrey Malvestiti. “Todos têm que ter, senão não são aprovados pela Anvisa”, informa. O FPS normalmente é indicado em dezenas: 30, 40, 50 e assim por diante. “O valor do FP-UVA costuma ser de um terço do FPS”, diz Malvestiti.

E como escolher o ideal para a sua pele? “É bem complexo, porque depende da idade, do tipo de pele da pessoa e da finalidade. Será para o dia a dia? Para uma prova aquática?”, diz o médico. “No geral, recomendamos no mínimo 30 FPS para todos. Mas, na teoria, quanto maior o FPS, mais proteção”, aconselha Malvestiti.

Pessoas com pele, cabelos e olhos claros, com muitas sardas ou com histórico de câncer de pele na família devem buscar produtos com FPS mais alto. Já para pessoas com peles mais escuras, os de fator 30 podem ser suficientes – mas tem que usar. As informações são do G1.

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