Mercado de trabalho permanece estável no RS no segundo trimestre de 2024

Apesar das severas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, alguns dos principais indicadores do mercado de trabalho mantêm uma tendência de estabilidade, observada desde o terceiro trimestre de 2023. Entre julho de 2023 e julho de 2024, o mercado formal do estado cresceu apenas 1,5%, o que representa 41 mil novos vínculos. Esse crescimento é significativamente inferior à média nacional, que foi de 3,9%, colocando o Rio Grande do Sul na última posição entre os estados brasileiros.

Esses dados, entre outros, estão presentes no Boletim de Trabalho divulgado nesta quinta-feira, 19. O relatório trimestral, elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), ligado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), traz uma análise detalhada sobre o mercado de trabalho e o emprego formal no estado.

No segundo trimestre de 2024, um dos índices que se manteve estável foi a taxa de participação na força de trabalho (TPFT), que mede o percentual de pessoas em idade de trabalhar (a partir dos 14 anos) que estão empregadas ou procurando emprego. Esse indicador permaneceu em 65,3% no Rio Grande do Sul.

Nível de ocupação

O Nível de Ocupação, que mede o percentual de pessoas empregadas em relação à população em idade de trabalhar, também apresentou resultados positivos no Rio Grande do Sul, considerando os desafios causados pelas enchentes. No segundo trimestre de 2024, a taxa se manteve estável em 61,5%, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

A taxa de desocupação no estado, tanto em relação ao primeiro trimestre de 2024 quanto na comparação com o ano anterior, permaneceu em 5,9%. Segundo Bastos, o resultado foi surpreendente, considerando os impactos econômicos das enchentes no estado.

Outros estados da Região Sul também apresentaram estabilidade nas taxas de desocupação, com 4,4% no Paraná e 3,3% em Santa Catarina. Já em São Paulo, houve uma queda significativa, de 7,8% para 6,4%, acompanhada pela queda na média nacional, que passou de 8% para 6,9%.

Mercado formal

O saldo de 41 mil empregos formais criados entre julho de 2023 e julho de 2024 no Rio Grande do Sul foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que representou mais de 80% desse total, com 33,3 mil novos vínculos. Esse setor teve uma expansão de 2,9%, ficando atrás apenas da construção civil, que cresceu 3,2%, gerando 4,3 mil novos empregos. Em termos absolutos, o comércio teve o segundo melhor desempenho, com 8 mil empregos formais criados.

Nos últimos doze meses, a indústria apresentou os piores resultados, uma tendência que já vinha sendo observada antes das enchentes que atingiram o estado. O setor industrial eliminou 4,5 mil postos de trabalho, com destaque negativo para os segmentos de fumo, farmacêutico e vestuário em termos percentuais, e coureiro-calçadista e máquinas e equipamentos em números absolutos.

A modesta expansão do emprego formal no estado foi concentrada, em sua maioria, na mão de obra feminina (54%) e em jovens com menos de 24 anos, reforçando uma tendência já observada nos Boletins do Trabalho anteriores. Em relação à escolaridade, mais de 80% dos novos empregos foram ocupados por pessoas com Ensino Médio completo.

Enchentes no RS

Para avaliar o impacto das enchentes no emprego formal, os pesquisadores do Departamento de Economia e Estatística (DEE) realizaram um estudo cartográfico. Eles cruzaram a área da **Área Diretamente Atingida** (ADA) pelas inundações, deslizamentos e enxurradas, identificada no **Mapa Único do Plano Rio Grande** (MUP-RS), com os municípios que registraram maior retração no emprego.

A análise revelou uma significativa convergência de resultados, destacando que a redução no número de empregos foi uma das consequências diretas das chuvas intensas, reforçando o impacto adverso dos eventos climáticos sobre o mercado de trabalho nessas regiões.

Crédito @uffizicom

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