Taxa de rotatividade nos restaurantes atinge 74,3%, conforme associação

No Brasil, o setor de restaurantes registrou uma rotatividade de 74,3% no primeiro semestre de 2024, conforme dados da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) e do CAGED, com base na RAIS do Ministério do Trabalho e Emprego. Embora esse número ainda seja alto, ele marca uma leve queda em relação ao final de 2023, quando a taxa era de 77,6%. Mesmo com essa redução, o índice segue sendo mais do que o dobro da média no setor de serviços, que ficou em 35%.

Essa alta rotatividade está muito relacionada à falta de qualificação da mão de obra e à baixa produtividade, problemas que atingem principalmente os jovens, que representam boa parte dos empregados desse ramo. Além disso, a diminuição do desemprego no país, que passou de 7,4% no último trimestre de 2023 para 6,9% no segundo trimestre de 2024, tem contribuído para aumentar a rotatividade em várias áreas, incluindo a de serviços.

Esse cenário reflete o aquecimento da economia, que trouxe mais vagas de emprego, mas também fez com que a mão de obra qualificada ficasse mais escassa. Com isso, é natural que muitos trabalhadores aproveitem para buscar melhores condições, seja em termos de salário ou benefícios. Um exemplo claro disso é o estado de Santa Catarina, que teve a menor taxa de desemprego no segundo trimestre de 2024, com 3,2%, mas ao mesmo tempo apresentou a maior rotatividade no setor de restaurantes, atingindo 95,3%. Outros estados com altas taxas de rotatividade incluem Mato Grosso do Sul (93,7%), Paraná (93,3%) e Mato Grosso (92,3%). Isso mostra que, em regiões onde o desemprego está mais baixo, a busca por melhores oportunidades é ainda mais intensa.

Taxas maiores

Por outro lado, nos estados onde o desemprego é mais alto, as taxas de rotatividade tendem a ser mais baixas. O Rio Grande do Norte, por exemplo, teve a menor taxa de turnover no setor de restaurantes, com 49,8%, seguido de Piauí (52,1%) e Pernambuco (52,3%), este último registrando a maior taxa de desemprego do Brasil, com 11,5%.

Em lugares onde o desemprego está abaixo de 6%, os empregadores enfrentam desafios consideráveis, como a dificuldade de reter talentos, o aumento dos custos com a folha de pagamento e a necessidade crescente de investir em tecnologia e automação para suprir a escassez de mão de obra. Esses fatores forçam as empresas a se adaptarem para manter sua competitividade no mercado.

O estudo reforça a necessidade de os empresários do segmento estarem atentos às mudanças no mercado de trabalho e adotarem estratégias eficazes para a retenção de colaboradores em um cenário de crescente competitividade e escassez de profissionais”, explica Fernando Blower, diretor-executivo da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR).

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