Saiba quem tem direito à isenção na conta de água após cheias em Porto Alegre


Proposta foi oficializada na tarde desta segunda-feira (13) em conjunto com o Ministério Público e o Departamento Municipal de Águas e Esgoto (Dmae) da Capital. Conta de água Dmae
Reprodução/RBSTV
A Prefeitura de Porto Alegre anunciou, na tarde desta segunda-feira (13), o acordo para isenção da tarifa da água e formas de pagamentos especiais para as pessoas que foram atingidas pelas enchentes na Capital.
O acordo entre os poderes prevê quatro grupos distintos de impactados pelas inundações: tarifa social, sociedade em geral, quem sofreu com desabastecimento de água e abrigos credenciados. Veja os detalhes abaixo.
Tarifa social: terão 6 meses de isenção para casas totalmente alagadas;
Não social (clientes em geral): será cobrado somente o custo de serviço por 60 dias – R$ 19,44 para água e R$ 34,99 para água e esgoto;
Desabastecimento de água: o custo será limitado à média dos últimos seis meses para não aumentar os valores a serem pagos em eventual excesso de consumo;
Abrigos credenciados: isenção até o fechamento e mês posterior.
A proposta foi detalhada em entrevista coletiva pelo prefeito Sebastião Melo (MDB) e pelo diretor-geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), Mauricio Loss.
“Entendemos que muitas pessoas vão precisar de mais água para limpar suas casas”, diz Loss.
Porto Alegre soma 39,4 mil imóveis e 157,7 mil pessoas sem água. A população da Capital é de 1,3 milhão de pessoas.
A população de baixa renda contemplada pela tarifa social estará isenta dos pagamentos pelos próximos seis meses. Para a sociedade em geral, haverá isenção total dos custos em maio, e nos próximos dois meses será mantida apenas a cobrança de manutenção e serviços.
Para quem ficou desabastecido no período das cheias, o valor cobrado será limitado à média dos últimos seis meses, a fim de evitar que a população saia no prejuízo em caso de eventual excesso. Os 159 abrigos cadastrados pela prefeitura terão isenção total até um mês após o fechamento do local. Novos refúgios que, por ventura, forem cadastrados pelo município também estarão isentos.
O acordo emergencial foi alinhado junto ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.
“Esse acordo garante um olhar atento a essas pessoas atingidas e mantém um serviço de qualidade sem onerar a população”, afirma o procurador-geral de Justiça do Ministério Público (MP), Alexandre Saltz.
Sistema de abastecimento de Porto Alegre segue parcialmente comprometido
Prefeitura monta barricada
Com o risco do Guaíba atingir a marca histórica de 5,4 metros entre esta segunda (13) e terça-feira (14), a Prefeitura de Porto Alegre construiu uma barricada improvisada em frente à Usina do Gasômetro, região central da cidade, para conter o avanço das águas do lago.
As barreiras têm 1,80 metro e foram montadas com dois andares de sacos de areia. As estrutura estão localizadas na Avenida Presidente João Goulart e na Rua General Salustiano, no Centro da capital.
O objetivo da operação é evitar que o Guaíba chegue até a casa de bombas 16 do Dmae, que voltou a operar nesta segunda-feira (13). O local é responsável por drenar os bairros Cidade Baixa e Menino Deus – ambos ainda com registros de alagamentos.
Sacos de areia são colocados para evitar que Guaíba avance em Porto Alegre
Movimento intenso no ‘corredor humanitário’
Cerca de 20 mil veículos de emergência atravessaram o “corredor humanitário” provisório em Porto Alegre até esta segunda-feira (13). O caminho foi construído de forma emergencial entre a Rua da Conceição e a Avenida Castelo Branco, ao lado da Rodoviária de Porto Alegre, onde circulam exclusivamente transportes como caminhões-pipa, carretas com doações, ambulâncias e viaturas.
A Prefeitura liberou o caminho por volta das 18h de sexta-feira (10). Como a região está alagada, o propósito da via é ser uma alternativa para caminhões, ambulâncias, viaturas e veículos de emergência darem suporte a pessoas afetadas pelas enchentes na Capital, além de desafogar a RS-118, que hoje é um dos únicos acesso à Região Metropolitana.
Cerca de 2,4 mil veículos atravessaram o local nas primeiras 24 horas de operação, de acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) – um tráfego médio de 100 veículos por hora.
Veículos comuns não podem passar pelo local, visto que o caminho tem o propósito exclusivo de abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência, segundo a EPTC.
Corredor humanitário ajuda a entrada de medicamentos, alimentos e forças de seguranças que atuam nos resgates, em Porto Alegre
Números da tragédia no RS
Com duas mortes confirmadas nesta segunda-feira (13), o Rio Grande do Sul chegou a 147 vítimas dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. O boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 127 desaparecidos e 806 feridos.
O número de pessoas fora de casa é de 615,6 mil. No total, 77,4 mil estão em abrigos e 538,2 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes).
Alagamentos provocam destruição no Rio Grande do Sul
TV Globo/Reprodução

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