COLUNA: autores de fakes News se escondem no anonimato

Em coluna anterior, relacionei as fake News entre as chagas que atrapalham os incontáveis atos de humanidade, locais, de outras partes do país  e do Exterior que estão sendo desenvolvidos para amenizar os efeitos da grande enchente que assola o Estado. Houve quem comentasse que eu estava dando espaço para uma “bobagem” ou “exagerando” em relações aos efeitos dessas mentiras.

Discordo. Aliás, não só eu. A história Universal discorda.  Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista, consagrou a frase “ uma mentira contada mil vezes passa a ser uma verdade”. E usou e abusou das mentiras em prol do Nazismo. Na verdade, com o perdão da repetição de palavras, não passa a ser uma verdade. Continua a ser uma mentira, mas muitos acabam manipulados e acreditando que aquela mentira é uma verdade.

Mais doque nunca, com o apoio das facilidades de comunicação, as mentiras manipulam e são capazes de mover multidões. São muitos áudios, vídeos, informações postados ou compartilhados de forma anônima (sem que o criador seja identificado). Às vezes, mediante perfis fakes (falsos).

Aliás, sobre o anonimato, quando alguém passa uma informação sem se identificar, é grande a chance de que a informação seja falsa. Atente para isso. Se a informação fosse verdadeira, por que o autor não teria coragem de se identificar? Há uma máxima que diz: “quem não deve não teme”.

Muitas das mentiras que já circularam ou ainda circulam tem dificultado o socorro adequado às vítimas no Rio Grande do Sul. Por exemplo: que a água que chega às casas está imprópria para consumo. Seja por finalidade política, seja para prejudicar resgates, salvamentos e ajudas, seja para criar pânico ou “se divertir” com o pavor alheio, as fakes news estão circulando de forma pouco vista anteriormente no Rio Grande do Sul e de maneira criminosa.

Não seja cúmplice. Até porque a Polícia Federal abriu investigação e inquérito para apurar a autoria e a propagação de fakes News relacionadas às enchentes. Vai uma dica de quem há quase quatro décadas trabalha com jornalismo: não compartilhe ou propague informações sem conhecer a fonte.  Áudios, vídeos e postagens anônimos têm grande chance de serem falsos.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.