O que faz a toxina botulínica usada nos procedimentos estéticos durar menos?

A toxina botulínica, popularmente conhecida como Botox, é o tratamento estético mais realizado globalmente em todas as faixas etárias, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). Sua aplicação provoca uma paralisação temporária de músculos específicos, sendo eficaz no combate e prevenção de rugas de expressão. Para garantir resultados satisfatórios, é necessário estar atento a fatores que podem reduzir sua durabilidade, como técnicas incorretas e dosagens inadequadas.
“Se a quantidade injetada for muito baixa, ou se a toxina for aplicada de forma muito superficial, sem atingir o músculo alvo, o efeito pode ser menor do que o esperado. Além disso, uma diluição excessiva enfraquece sua ação, assim como o tabagismo, a exposição solar intensa, hábitos de vida não saudáveis e o uso de determinados medicamentos, como certos antibióticos ou bloqueadores neuromusculares. Algumas pessoas também podem desenvolver anticorpos contra a substância, reduzindo a eficácia de aplicações futuras” explica a dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Secção RS (SBD-RS), Rosemarie Mazzuco.

A especialista também ressalta a importância de cuidados com a refrigeração, diluição e armazenamento por parte dos profissionais que utilizam a toxina botulínica.

“A substância deve ser manipulada em condições assépticas para evitar contaminação. Antes de sua reconstituição, precisa ser armazenada entre 2 °C e 8 °C. Após diluída, deve ser utilizada em até 24 horas, caso contrário, perde sua eficácia. A diluição deve ser feita com solução salina estéril imediatamente antes da aplicação, e a proporção precisa variar conforme a marca e a área a ser tratada. O produto diluído deve ser mantido refrigerado até o momento do uso. O uso de frascos que permaneceram abertos por longos períodos ou foram expostos a temperaturas inadequadas reduz a potência do produto e aumenta o risco de infecção”, acrescenta Rosemarie.

Se os estabelecimentos não seguirem os cuidados necessários, há risco tanto de resultados insatisfatórios quanto de reações adversas nos pacientes. Portanto, as clínicas devem observar normas rígidas de biossegurança e garantir que o produto seja utilizado dentro do prazo de validade e armazenado corretamente.

“É essencial que o paciente procure profissionais capacitados e locais que sigam rigorosamente as práticas recomendadas. Caso o produto não seja devidamente armazenado, diluído ou aplicado, os efeitos podem ser de curta duração ou até mesmo inexistentes, levando à insatisfação do paciente. Além disso, o manuseio inadequado aumenta o risco de infecções locais, reações alérgicas ou inflamações. A falta de higiene ou o uso de produto vencido pode causar assimetrias, queda das pálpebras ou outras complicações estéticas”, conclui a especialista.

*Texto: Gabriela Dalmas/SBD-RS Assessoria

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