Polícia indicia dono de empresa de limpeza por recolher e vender produtos atingidos por enchente em Porto Alegre


Empreendimento trabalhava na limpeza de áreas alagadas e foi flagrado limpando produtos alimentícios para revenda. Para polícia, itens estavam contaminados. Produtos recolhidos por empresa e que seriam limpos para venda, segundo a polícia
RBS TV/Reprodução
A Polícia Civil indiciou por crime contra as relações de consumo e contra a ordem econômica o proprietário de uma empresa de limpeza investigada por recolher, recondicionar e revender produtos atingidos pela enchente de maio em Porto Alegre. Relembre o caso na reportagem abaixo.
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O nome da empresa não foi divulgado pela polícia, mas a reportagem da RBS TV apurou que se trata da Ambos Demolidora, de propriedade de João Paulo Ambos. O g1 entrou em contato com os proprietários, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Segundo a investigação policial, a empresa foi contratada pela iniciativa privada, para realizar a limpeza de áreas da capital que alagaram. Deveria recolher e descartar os produtos de estabelecimentos comerciais atingidos, mas decidiu vendê-los, afirma a polícia.
Na época, a reportagem da RBS TV flagrou funcionários da empresa lavando produtos com uma mangueira. Na ocasião, ao ser questionado sobre o que acontecia pela RBS TV, o dono culpou os funcionários, disse que desconhecia que os produtos estavam sendo revendidos e que deveriam ter sido descartados.
“Ele sabia o que estava sendo feito e os funcionários estavam a serviço dele”, afirma o delegado Eibert Moreira, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A Polícia Civil não conseguiu estimar a quantidade de produtos recolhidos que foram postos à venda, mas a Vigilância Sanitária identificou alimentos, bebidas e itens de higiene. São itens com alto risco de contaminação e, por isso, impróprios para consumo.
O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público (MP), órgão responsável por acusar ou não o indiciado pelos crimes. Caso ofereça denúncia à Justiça e ela seja aceita, ele começa a ser julgado. Se condenado, a pena pode chegar a 5 anos de prisão.
Empresa é suspeita de vender produtos atingidos por enchentes
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