Servidor do MP é preso por suspeita de vazar dados para o PCC

Um servidor do Ministério Público de São Paulo (MPSP) foi preso em uma operação que investiga o vazamento de dados judiciais sigilosos para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A facção teria utilizado as informações para frustrar investigações policiais e do próprio Ministério Público.

Esquema de acesso a dados sigilosos

Segundo o MPSP, criminosos, inclusive ligados ao PCC, obtiveram de forma ilícita a senha de um servidor público para acessar dados restritos de processos que tramitam sob segredo de justiça. Essas informações protegidas incluem casos onde o sigilo é necessário para preservar a investigação ou a integridade das partes envolvidas.

Os autos sigilosos teriam sido acessados mais de uma centena de vezes, o que levantou suspeitas quando investigados demonstraram conhecimento sobre o andamento de apurações.

A operação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com apoio da Polícia Militar, resultou na prisão temporária de dois suspeitos e no cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em três cidades do estado de São Paulo.

Caso Elaine Souza Garcia e a Operação Baal

O caso se soma a outras investigações recentes, como a Operação Baal, que prendeu a estudante de Direito Elaine Souza Garcia, conhecida como “Patroa” do PCC. Elaine foi impedida de assumir um estágio no MP paulista após ser apontada como responsável por liderar ataques violentos do “Novo Cangaço”, além de integrar uma estrutura criminosa organizada para praticar roubos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Promotores acreditam que Elaine buscava se infiltrar no Ministério Público para acessar informações privilegiadas e beneficiar as operações da facção criminosa.

Sigilo nas investigações

Tanto o Tribunal de Justiça de São Paulo quanto o Ministério Público têm mantido sigilo sobre as apurações, limitando informações sobre os envolvidos e as diligências realizadas. Participaram da operação promotores, servidores e 40 policiais militares, sem divulgação dos nomes das cidades onde ocorreram os mandados.

As autoridades continuam investigando o caso para identificar a extensão do esquema e responsabilizar os envolvidos na violação do sigilo judicial.

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