COLUNA: atenção da Segurança Pública tem que ser redobrada durante e após a enchente

Os órgãos de Segurança Pública estão tendo a carga de trabalho ampliada nestes tempos de cheias, devido ao oportunismo daqueles que, aproveitando as desocupações das residências dos desabrigados e dos desalojados, estão promovendo saques. Também daqueles que têm assaltado ou tentado assaltar pessoas que estão atuando no resgate de ilhados.

De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), mais de 100 foram detidos por cometer crimes durante as enchentes que assolam o Estado. Ainda segundo a SSP, mais ou menos a metade dos capturados foi encontrada em abrigos destinados às vítimas das inundações. Entre seus crimes, estupros, assédio sexual, roubos, furtos e tráfico de drogas, entre outros.

Esta é uma enchente diferente das que estávamos acostumados a acompanhar. Normalmente, as áreas atingidas são as encostas de morros, proximidades das margens de rios, lagos e lagoas e outras áreas vulneráveis a deslizamentos de terra e a alta das águas. Desta vez, as cheias pelo Estado não escolheram a quem atingir. As águas invadiram áreas nada acostumadas a este tipo de fenômeno.

Esta não seletividade fez com que muita gente caísse numa mesma situação. Muitos dos obrigados pelas cheias a sair de suas casas ainda tiveram o drama amenizado ao terem sido acolhidos por familiares ou amigos. Outros, nem isso, ficando completamente desabrigados.

Diante disso, faz-se necessário o trabalho que está sendo feito pelos órgãos de Segurança: uma espécie de triagem entre as pessoas que estão ocupando abrigos, para que uma minoria que tenha cometido algum crime não crie riscos para a maioria inocente que está sendo abrigada nestes locais.

A vigilância terá de ser maior ainda quando forem criadas essas chamadas “cidades provisórias” para desabrigados pelas enchentes. Muitas vezes, remoções não devidamente planejadas acabam colocando em um mesmo território integrantes de facções criminosas rivais e isso coloca em risco a maioria dos moradores. Esse cuidado será mais do que necessário nessas cidades provisórias.

Outra preocupação antecipada que é preciso ter diz respeito às áreas de periferia com domínio do tráfico de drogas. Muitas dessas áreas foram perdidas com as enchentes. E o tráfico costuma não admitir perdas. Isso pode provocar a volta das disputas por territórios, o que costuma colocar comunidades inteiras sob risco. Engana-se quem acha que na guerra do tráfico só morrem ou só sofrem os envolvidos.

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