Homem preso por terrorismo recrutava brasileiros para o Estado Islâmico

O homem de 44 anos que foi preso suspeito de terrorismo em São Carlos (SP), na quinta-feira (12), tinha ligações com o Estado Islâmico e buscava recrutar brasileiros para o grupo terrorista, informou a Polícia Federal (PF) nesta sexta (13). Thiago José Silva Barboza de Paula foi preso em uma casa. No local, a polícia encontrou simulacros de armas, um facão e produtos químicos para confecção de explosivos. Thiago passou por audiência de custódia e a Justiça manteve a prisão.

“O objetivo foi obter elementos de prova da participação desse brasileiro na administração de uma plataforma online de radicalização e recrutamento em prol da organização terrorista Estado Islâmico. O espaço online era voltado ao público brasileiro e vinha sendo empregado com a finalidade recrutar brasileiros, promover organizações terroristas e compartilhar material de doutrinação extremista, manuais de guerrilha, produção e emprego de dispositivos explosivos improvisados”, afirmou a PF por meio de nota.

De acordo com a PF, o homem preso defendia o estabelecimento de um Califado no Brasil e na América Latina e incentivava apoiadores a realizarem o juramento de fidelidade ao Estado Islâmico, a chamada Bay’ah. Califado é um sistema de governo e um título que se refere ao líder espiritual e temporal da comunidade muçulmana. A palavra “califado” vem do árabe khilafa e significa o processo de escolher um líder, o califa, para os muçulmanos.

O mandado de prisão foi emitido pela 1º Vara Federal de São Carlos com Juizado Especial Federal e cumprido na manhã de quinta-feira, no endereço onde o homem morava.

Segundo a Polícia Federal, a prisão foi feita no âmbito da operação de enfrentamento ao terrorismo que recebeu o nome de Machete e foi resultado de monitoramento ativo quanto a ameaças extremistas.

O nome da operação é uma referência à palavra facão em espanhol, já que o principal investigado havia sido impedido de ingressar o Paraguai em 2022, quando tentou cruzar a Ponte da Amizade portanto um facão com inscrições em árabe de trechos do Alcorão comumente utilizados por terroristas que professam uma visão violenta e distorcida do Islã.

De acordo com o mandando, a prisão foi motivada por dois artigos da lei 13.260 (lei antiterrorismo):

Art. 3º – Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista. A pena neste caso é de 5 a 8 anos de prisão e multa.
Art. 5º – Realizar atos preparatórios de terrorismo com o propósito inequívoco de consumar tal delito – a pena correspondente ao delito consumado, diminuída de um quarto até a metade. No caso, a pena para o crime consumado é de 12 a 30 anos, além das sanções correspondentes à ameaça ou à violência.

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