Cientistas definem o número de passos por dia para reduzir risco de depressão

A prática regular de atividade física já é um aliado comprovado no tratamento de doenças mentais, como depressão. Inúmeros estudos colocam a caminhada ou corrida entre os melhores exercícios para tratar da condição. Entretanto, pesquisadores da Espanha foram além e mostraram quantos passos as pessoas precisam dar para se manter longe da depressão.

Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Castilla-La Mancha, na Espanha, o trabalho partiu de ume revisão de 33 estudos sobre o tema que envolveram cerca de 100 mil participantes.

De acordo com a pesquisa, publicada na plataforma JAMA Network Open, pessoas que caminham ao menos 7 mil passos por dia reduzem o risco de depressão em 31% — os benefícios da caminhada para a saúde mental se tornam consistentes mais ou menos nesse patamar.

“Nossos resultados mostraram associações significativas entre um maior número de passos diários e menos sintomas depressivos, bem como menor prevalência e risco de depressão na população adulta em geral”, escreveram os autores da pesquisa.

Os cientistas afirmaram que apesar de a associação entre o maior número de passos dados e a diminuição do risco de depressão ser consistente são necessários mais estudos sobre o tema para confirmar todos os resultados. Mas eles reiteram que a atividade deveria ser incentivada como medida de saúde pública.

“Embora exista uma associação clara entre maiores contagens de passos e menores sintomas de depressão, não podemos dizer definitivamente que caminhar mais reduz a depressão, pois a maioria dos estudos analisou apenas um ponto no tempo”, disseram.

4 exercícios mais eficazes
De acordo com um estudo publicado no periódico científico The BMJ, dança, corrida, HIIT e treino de força são as atividades físicas mais eficazes para aliviar a depressão, quer isoladamente, quer juntamente com tratamentos estabelecidos, como psicoterapia e medicamentos. Exercícios mais leves como ioga e caminhada também se mostraram benéficos, mas quanto mais vigorosa for a atividade, maiores serão os benefícios.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão. O exercício é frequentemente recomendado juntamente com a psicoterapia e os medicamentos, mas as diretrizes de tratamento e as revisões de evidências anteriores discordam sobre a melhor forma de prescrever exercícios para tratar a depressão.

Então, pesquisadores australianos analisaram mais de 200 estudos envolvendo quase 15 mil participantes para determinar como diferentes tipos de exercícios melhoravam a saúde mental.

Os resultados mostraram grandes reduções na depressão para dança e reduções moderadas para caminhada ou corrida, ioga, treinamento de força, exercícios aeróbicos mistos e tai chi ou qigong. Caminhar ou correr se mostraram eficazes para homens e mulheres, já o treino de força foi mais eficaz para as mulheres, e a ioga ou o qigong foram mais eficazes para os homens.

A ioga também foi mais eficaz entre os adultos mais velhos, enquanto o treino de força foi mais eficaz entre os mais jovens. Também foram encontrados efeitos moderados e clinicamente significativos quando o exercício foi combinado com medicamentos ou o exercício aeróbico foi combinado com psicoterapia, sugerindo que o exercício poderia proporcionar benefícios adicionais juntamente com estes tratamentos estabelecidos.

Embora a atividade física leve, como caminhada e ioga, ainda proporcione efeitos clinicamente significativos, os benefícios foram maiores para exercícios vigorosos, como corrida e treinamento intervalado.

Um dos motivos por trás desse efeito pode ser o fato de o exercício intenso produzir níveis mais elevados de endorfinas, hormônios do bem-estar que reduzem a dor e demonstraram aliviar os sintomas da depressão.

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