RS tem crescimento nas vendas do comércio. Indústria busca recuperação

Divulgado nesta semana, o mais recente boletim econômico do Rio Grande do Sul mostra um crescimento de 1,5% nas vendas do comércio atacadista no acumulado de novembro de 2023 a outubro passado, em comparação ao mesmo período anterior. Já o setor industrial passa por um momento de retração, do qual tenta se recuperar.

O segmento atacadista – considerado um termômetro para o desempenho futuro do varejo – movimentou R$ 225,46 bilhões ao longo desses 12 meses. O mercado interno, que concentra mais de 70% das vendas, continua sendo o principal destino das mercadorias do segmento. Cerca de 22% são destinados a outros Estados, ao passo que as exportações representam 8% das transações.

Outro destaque é o crescimento na aquisição de bens de capital pelo setor, que somou R$ 2,3 bilhões nos últimos 12 meses, uma elevação de 1,1% em relação ao período anterior.

Conforme o levantamento, as vendas do varejo mostraram expansão de 9,6% no terceiro trimestre (agosto a outubro), em relação a igual período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor se destacou pela resiliência, alcançando taxas de crescimento cujo pico chegou a 8,6% em abril. Em outubro, mesmo em meio ao processo de recuperação dos danos causados pelas enchentes, o segmento registrou um crescimento expressivo de 7,5%.

Indústria

Embora tenha apresentado uma recuperação significativa após o impacto das enchentes, com pico de R$ 53,2 bilhões em vendas em agosto, o maior volume dos últimos 12 meses, a indústria gaúcha enfrentou retração em outubro. As vendas no mês somaram R$ 46,8 bilhões, uma redução de 8,1% em relação a setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor também apresentou retração, que foi de 4% em outubro, na comparação com o mesmo período anterior.

Apesar do cenário desafiador, algumas áreas da indústria vêm demonstrando resultados positivos. O segmento de produtos de limpeza cresceu 10%, enquanto a indústria moveleira registrou alta de 9% nos últimos 12 meses. A indústria de produtos de limpeza movimentou R$ 2,2 bilhões no período, com vendas divididas entre o mercado interno e outros Estados.

Já o setor moveleiro, um dos mais fortes do Estado, alcançou R$ 12,54 bilhões em comercializações no mesmo intervalo. Outro destaque foi a indústria de papel, que contrariou a tendência geral e registrou um aumento de 2,6% nas vendas, somando R$ 7 bilhões.

Pelo lado das compras, houve um salto nos investimentos em bens de capital: o setor destinou R$ 190 milhões a aquisições de máquinas e equipamentos nos últimos 12 meses, um aumento expressivo de 42,2% em relação ao período anterior. O avanço indica otimismo quanto ao desempenho futuro do mercado, com potencial para impulsionar a geração de emprego e renda no Estado.

O desempenho do atacado e de parte dos setores industriais será tema de discussão na próxima rodada dos evento “Diálogos Setoriais”, que começa em 14 de janeiro, com transmissão pelo canal da Secretaria da Fazenda no site de vídeos youtube.com. Os encontros têm a participação de representantes da Receita Estadual e de entidades empresariais, que irão analisar o desempenho recente e projetar a atividade econômica dos próximos meses.

(Marcello Campos)

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