Mesmo tendo um ministério no atual governo, presidente do Partido Republicanos diz que apoiar Lula em 2026 será muito difícil

Presidente do Republicanos, partido que hoje comanda o Ministério de Portos e Aeroportos, o deputado Marcos Pereira disse acreditar que será “muito difícil” a sigla apoiar uma reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

Ao Estadão, ele foi enfático ao tratar de uma possível candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à Presidência. Disse que é inviável o governador de São Paulo concorrer em meio à incerteza sobre os planos de Jair Bolsonaro (PL).

1) Se o Republicanos não lançar Tarcísio de Freitas à Presidência em 2026, existe a possibilidade de um apoio a Lula?

O Tarcísio é candidato à reeleição. É o que a gente tem conversado. Não dá para ele sair candidato a presidente numa incerteza de que Bolsonaro vai se lançar também ou não. Bolsonaro diz que ele é o plano A, B e C. Como é que Tarcísio renuncia ao governo de São Paulo em abril e fica esperando Bolsonaro colocá-lo como plano D? Agora, é óbvio que, quando você olha o raio X do partido, pouca gente sinaliza intenção de apoio à esquerda. O partido é de centro-direita. A ala de quem tem simpatia pelo presidente Lula é minoritária.

2) Então teria dificuldade de apoiar Lula em 2026?

Conhecendo as pessoas que participarão do debate, é óbvio que será muito difícil.

3) O cenário muda para Tarcísio em caso de uma eventual prisão de Bolsonaro?

Acho que não, porque Lula registrou a candidatura preso. Tem de saber o que Bolsonaro vai fazer. E se ele decidir, mesmo preso, registrar a candidatura? Acho que a centro-direita precisa estar unida. Se estiver dividida, é mais fácil ainda para o Lula ganhar a reeleição.

4) Como avalia essa estratégia de Bolsonaro de levar a candidatura até o último momento possível? E para o campo conservador?

É uma estratégia de sobrevivência, para manter seguidores esperançosos. (Para o campo conservador) Eu acho que é ruim, porque seria interessante ter a união desse campo. Seria bom que todos estivessem unidos, não só os partidos, mas que os pré-candidatos afunilassem para um nome, seja o do Tarcísio, que eu acho que não é, do (Ronaldo) Caiado, do Ratinho (Jr.) ou outro nome.

5) Teme perder Tarcísio para o PL?

Não temo, não. Confio na palavra dele e ele tem dito que fica.

6) Há expectativa de uma reforma ministerial. O Republicanos considera ampliar o espaço no governo?

Não fomos chamados ainda para dialogar sobre o assunto.

7) Hugo Motta, do partido do sr., deve ser eleito presidente da Câmara com votação expressiva. Ele será um aliado do governo ou terá postura mais independente?

O presidente da Câmara tem que defender o interesse do Brasil e da Câmara. E, se precisar contrariar eventuais interesses do governo, terá que fazê-lo. Por outro lado, não vai ser um inimigo do governo.

8) O partido espera uma atuação dele em relação a pautas conservadoras?

(O Republicanos) É conservador, não é radical. Esse projeto do aborto, que tira o que já existe hoje, eu, pessoalmente, sou contra. É um retrocesso. A gente é conservador, mas sem radicalismo. O que o povo quer é emprego, renda, educação, segurança, saúde. São essas pautas que têm de ser priorizadas.

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