Temporais no RS: enchentes deixam presídios ilhados; 1 mil detentos foram transferidos


Pelo menos seis casas prisionais enfrentam problemas por conta dos temporais. Imagem Penitenciária Estadual de Charqueadas 2 alagada durante enchentes no RS
Susepe/Divulgação
Os temporais que atingem o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29) deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes causadas. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais.
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A Defesa Civil do Rio Grande do Sul afirma que 55 mortes foram confirmadas em razão dos temporais que atingem o estado, conforme boletim divulgado às 18h deste sábado (4). Outros sete óbitos já confirmados estão sendo investigados, para verificar se têm relação com a tragédia.
Além dos mortos, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 82,5 mil pessoas fora de casa, sendo 13,3 mil em abrigos e 69,2 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510,5 mil pessoas.
Em Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, o aumento do nível do Rio Jacuí fez com que a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) precisasse transferir 1.057 presos da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ) para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Os demais apenados da PEJ foram transferidos para galerias superiores da própria casa prisional.
Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul
Diego Vara/Reuters
A Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC), o Instituto Penal de Charqueadas (IPCH), a Penitenciária Estadual de Charqueadas II (PEC II) e a Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro estão ilhadas.
O Presídio Estadual de Arroio do Meio está isolado devido à queda de pontes e ao bloqueio de estradas.
“Há dificuldade de acesso a alguns estabelecimentos por conta do bloqueio de estradas, oscilação de internet e telefonia, mas sem afetar a segurança. Todas as movimentações ocorreram em caráter emergencial e temporário. Quando a situação normalizar, todos retornarão para a unidade de origem”, disse a Susepe por meio de sua assessoria de imprensa.
As unidades prisionais do Vale do Rio Pardo estão sem abastecimento de água, sendo utilizado o conteúdo do reservatório. Alguns estabelecimentos do Vale do Taquari foram abastecidos por meio de caminhão-pipa.
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Cheia em Porto Alegre
Danos no estado
Os temporais causaram danos também na infraestrutura viária do RS. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 188 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, cinco trechos de rodovias federais e 28 trechos de rodovias estaduais sofrem bloqueio parcial. Os demais trechos enfrentam bloqueios totais.
O desastre ambiental também deixou cidades sem luz. Na manhã deste sábado, a Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do RS, divulgou que 296 mil clientes estão sem luz. A maioria desses clientes estão em áreas alagadas. As regiões mais afetadas são Vale do Taquari (92,1 mil), Metropolitana (88,4 mil), Vale do Rio Pardo, (43,8 mil), Vale dos Sinos (34 mil), Serra (12,4 mil), Planalto (11,7 mil), e Central (9,3 mil).
Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), divulgou que há 54 mil clientes sem energia em sua área de atuação. Os municípios mais atingidos são Guaíba, Porto Alegre e Alvorada. Dos desabastecidos, 40 mil estão desligados por segurança devido a áreas alagadas, atendendo a solicitações da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das prefeituras municipais.
Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e avançando sobre ruas e avenidas – e ultrapassou os 5 metros na manhã deste sábado.
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A rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada, segundo informações do gerente de operações Jorge Rosa. Todas as viagens de chegada e saída da cidade foram canceladas. Já o Aeroporto Salgado Filho foi fechado “devido ao elevado volume de chuvas”.
Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água. “Quase uma determinação”, disse Melo. Quatro das seis estações de tratamento de água não estão funcionado.
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