“Ainda Estou Aqui” é o terceiro filme do cineasta brasileiro Walter Salles a concorrer ao Oscar

De todos os nomes da equipe de “Ainda Estou Aqui”, um já estava acostumado a acordar cedo e ouvir o título de um filme seu entre as produções indicadas ao Oscar: Walter Salles. O diretor carioca de 68 anos chegou ao seu terceiro trabalho com indicações na premiação mais importante da chamada “Sétima Arte”. E dessa vez com um sabor especial, como primeira produção do País a concorrer também na categoria principal.

A premiação está marcada para o dia 2 de março.

Há 26 anos, Walter Salles viu seu “Central do Brasil” receber indicações a melhor filme internacional e melhor atriz, e comemorou a notícia ao lado de Fernanda Montenegro. A dupla compareceu à cerimônia, mas acabou derrotada por “A vida é bela” e Gwyneth Paltrow (“Shakespeare apaixonado”), nas respectivas categorias.

Seis anos depois, no Oscar 2005, outro filme do cineasta esteve na disputa. E dessa vez, o longa saiu premiado. Trata-se de “Diários de motocicleta”, vencedor do Oscar de melhor canção original com “Al otro lado del río”, de Jorge Drexler. O filme também foi indicado a melhor roteiro adaptado.

Outros filmes brasileiros já indicados

A indicação ao Oscar de melhor longa internacional para “Ainda estou aqui”, anunciada na manhã dessa quinta-feira (23), marca o retorno do Brasil à categoria após 26 anos. O filme de Walter Salles ainda se tornou o primeiro brasileiro a ser indicado na categoria principal, melhor filme.

Neste período, longas brasileiros receberam indicações importantes. “Cidade de Deus” concorreu em quatro categorias em 2004, incluindo melhor direção. “O menino e o mundo” esteve na disputa de melhor animação em 2016. E “Democracia em vertigem” disputou o prêmio de melhor documentário em 2020. Mas nenhum deles figurou na lista de filmes internacionais.

Esta é a quinta indicação do Brasil na categoria, anteriormente conhecida como melhor filme estrangeiro. Relembre as anteriores:

– “O Pagador de Promessas”: o drama escrito e dirigido por Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro, concorreu ao Oscar em 1963. Foi superado pelo drama franco-austríaco “Sempre aos domingos”, de Serge Bourguignon. Também estavam na disputa: “Electra, a vingadora”, de Michael Cacoyannis, “4 dias de rebelião”, de Nanni Loy, e “Tlayucan”, de Luis Alcoriza.

– “O Quatrilho”: o Brasil só voltaria a disputar a categoria em 1996, com “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, estrelado por Gloria Pires e Patricia Pillar. A vitória no entanto foi para a Holanda, com “A excêntrica família de Antonia”, de Marleen Gorris. Também concorreram os filmes: “O homem das estrelas”, de Giuseppe Tornatore, “Poussières de vie”, de Rachid Bouchareb, e “Todas as coisas são belas”, de Bo Widerberg.

– “O Que é Isso, Companheiro?”: dois anos depois, Bruno Barreto repetiu o feito do irmão e conseguiu uma indicação ao Oscar por “O Que é Isso, Companheiro?”. O longa, que conta com as presenças de Fernanda Torres e Selton Mello, acabou desbancado por outro holandês, “Caráter”, com direção de Mike van Diem. “O ladrão”, de Pavel Chukhray, “Segredos do coração”, de Montxo Armendáriz, e “A música e o silêncio”, de Caroline Link, completavam a lista de indicados em 1998.

– “Central do Brasil”: o Brasil retornou ao Oscar em 1999, com “Central do Brasil”, de Walter Salles. O longa foi indicado não só a melhor filme internacional, mas também a melhor atriz com Fernanda Montenegro. O italiano “A vida é bela”, de Roberto Benigni, acabou levando a estatueta. (Com informações da agência O Globo)

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