Novo empréstimo consignado para os trabalhadores do setor privado depende de uma negociação ainda não encerrada no governo Lula

Onovo crédito consignado para os trabalhadores do setor privado, como anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, depende de uma negociação ainda não encerrada no governo Lula. Qual será o limite dado para que o FGTS seja usado como garantia nessas operações?

A novidade nesse novo financiamento é que os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores por meio da plataforma eSocial. Não precisarão mais ser dependentes de convênios feitos empresa a empresa para emprestar. Com isso, poderão ter uma base de clientes ampla, o que tende a aumentar a competição.

Eles terão ainda um perfil firme sobre o tomador de crédito, como o tempo de trabalho em uma mesma empresa, e quanto ele teria a receber em multas rescisórias caso fosse demitido. São informações importantes na composição da fórmula para se chegar à taxa de juros do empréstimo.

A lei do consignado que existe hoje estabelece que o saldo do FGTS que pode ser usado como garantia está limitado a 10%. Mas as análises feitas pelos bancos indicam que, se ficar nesse patamar, a taxa de juros do consignado terá de ser mais alta.

Saque-aniversário

Em paralelo, há outro debate ainda vivo entre o Ministério do Trabalho e a equipe econômica sobre o saque-aniversário do FGTS. Mas ainda não há consenso.

Para o ministro do Trabalho, isso é ruim para o trabalhador, que fica sem dinheiro na hora do desemprego, e para o governo, que perde uma fonte importante de financiamento para obras e saneamento.

Desde o início do governo, Marinho tem defendido encerrar a modalidade. No entanto, a proposta feita pelos bancos é reduzir paulatinamente, ao longo de cinco anos. No governo, se fala em encurtar esse prazo para três anos, mas Marinho não cede. Não se sabe qual opção irá para mesa de Lula.

Mas a linha ganhou popularidade nos últimos anos, com a irrisória correção do FGTS, e também é bem vista pelos bancos, que têm altos ganhos com empréstimos de baixo risco. Críticos do governo Lula afirmam que, se a iniciativa for adiante, haverá um desmonte de uma política positiva lançada no governo Bolsonaro, o que também pode inflamar a oposição.

A proposta feita pelos bancos era reduzir paulatinamente o saque-aniversário, ao longo de cinco anos. No governo, fala-se em encurtar esse prazo para três anos, mas Marinho quer encerrar já o programa. Não se sabe ainda qual opção prevalecerá na mesa do presidente. (Estadão Conteúdo)

Adicionar aos favoritos o Link permanente.