Preço médio da gasolina é o mais alto em 2 anos no País

Com o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no diesel e na gasolina, além do reajuste do diesel anunciado pela Petrobras, o preço dos combustíveis registrou forte alta nos postos em todo o Brasil, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo o levantamento da agência, o preço médio do litro de gasolina na bomba pulou de R$ 6,20 (na última semana de janeiro) para R$ 6,35 entre os dias 2 e 8 de fevereiro. O aumento foi de 2,4%, e o valor é o maior dos últimos 2 anos.

O diesel, por sua vez, registrou alta de 4,59% no mesmo período, saltando de R$ 6,10 para R$ 6,38.
Ainda de acordo com a ANP, a alta da gasolina interrompeu uma série de duas semanas consecutivas em que o preço do combustível caiu.

O aumento na primeira semana de fevereiro veio acima do esperado, que era uma alta de R$ 0,10, em função do reajuste no ICMS – que entrou em vigor no último sábado (1º). O imposto estadual da gasolina passou de R$ 1,3721 para R$ 1,4700 por litro.

Em relação ao diesel, o aumento do ICMS foi de R$ 0,06, passando de R$ 1,0635 para R$ 1,1200 por litro.
Segundo a ANP, o diesel engatou a quarta semana seguida de alta nos preços. Na semana passada, a Petrobras anunciou o aumento no preço do combustível para as distribuidoras, que passou a custar R$ 3,72 por litro (alta de mais de 6%).

O mais alto preço médio da gasolina, de acordo com os dados da ANP, foi registrado no Acre (R$ 7,49). Em seguida, aparecem Rondônia (R$ 7,19), Roraima (R$ 7,02) e Amazonas (R$7,01). No Rio de Janeiro, o preço médio foi de R$ 6,19. Em São Paulo, de R$ 6,17.

No caso do diesel, o Acre também registrou o maior valor do País (R$ 7,64), seguido por Roraima (R$ 7,08) e Pará (R$ 7,03). Em São Paulo, o preço médio foi de R$ 6,32. No Rio, de R$ 6,30.

Entenda

O aumento no tributo estadual começou a vigorar no dia 1º por decisão tomada em outubro passado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os Estados.

Também influi no preço final da gasolina o chamado etanol anidro, um dos componentes (27% de mistura) do combustível na bomba. Conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP, entre os dias 3 e 7 de fevereiro, o preço desse insumo aumentou 2,09%.

Entre os fatores para o aumento no preço da gasolina na bomba, estão o reajuste em imposto estadual, que entrou em vigor no dia 1º, e o aumento no custo do etanol anidro, que faz parte da composição do combustível.

O Confaz também aprovou um aumento de ICMS de R$ 0,06 por litro no diesel. O preço médio do litro do diesel S10 nos postos de abastecimento do País ficou em R$ 6,44 na semana entre os dias 2 e 8 fevereiro, uma alta de 4,2% na comparação com a média dos sete dias anteriores, quando esse preço estava em R$ 6,18.

No caso do diesel, a alta é um efeito direto do aumento na alíquota fixa do ICMS (+R$ 0,06 por litro) e do reajuste da Petrobras de 6,28% ou R$ 0,22 por litro nos preços praticados em suas refinarias.

O efeito do aumento da estatal nas bombas do País (R$ 0,20) foi menor porque o diesel A responde por 86% da mistura, sendo os 14% restantes de biodiesel, conforme a lei.

Ainda assim, as próximas semanas podem ser de novas altas no diesel em função de ajustes concorrenciais no varejo ou flutuações no preço do biodiesel. O efeito do reajuste em refinarias nas bombas é sentido ao longo de algumas semanas, a depender da dinâmica de estoques de cada lojista.

Esse preço médio nacional de R$ 6,44 ultrapassa nominalmente a marca de R$ 6,38 registrada no fim de 2022, na transição de governo.

Na semana passada, o presidente Lula e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, chegaram a dizer que isso não aconteceria. Lula fez a ressalva de que essa comparação deveria observar o efeito da inflação. Com informações dos portais de notícias Metrópoles e Terra.

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