Julgamento de acusado por estupro e morte de adolescente caingangue ocorre nesta quinta-feira

O julgamento de Dieison Corrêa Zandavalli, acusado pelo estupro e morte da adolescente caingangue Daiane Griá Sales, 14 anos, está marcado para esta quinta-feira (13), no Fórum da Comarca de Coronel Bicaco, no Noroeste do Rio Grande do Sul. O júri terá início às 8h e será presidido pela juíza Ezequiela Basso Bernardi Possani, titular da Vara Judicial da cidade.

Daiane, que vivia na reserva indígena da Guarita, em Redentora, foi encontrada morta em 4 de agosto de 2021, em uma lavoura próxima a um matagal. O corpo da adolescente estava nu, e as investigações apontaram que ela foi vítima de estupro e homicídio. O Ministério Público denunciou Zandavalli, que está preso preventivamente desde então, pelos crimes de feminicídio qualificado e estupro de vulnerável.

Segundo a denúncia, o acusado teria oferecido uma carona à vítima, que estava embriagada e, por isso, incapaz de reagir. Ele a levou para uma área de lavoura, onde cometeu o estupro e, em seguida, a estrangulou, causando sua morte por asfixia. O corpo de Daiane foi encontrado quatro dias após o crime.

O caso ganhou destaque pelas qualificadoras apontadas pelo Ministério Público, como a etnofobia (desprezo pela população indígena) e o feminicídio (menosprezo à condição de mulher da vítima). Durante o interrogatório, Zandavalli negou as acusações. A defesa solicitou a realização de um incidente de sanidade mental, que concluiu que o réu tem plena capacidade de entender o caráter ilícito de seus atos.

O julgamento contará com a oitiva de 11 testemunhas, além do interrogatório do réu. Após os depoimentos, acusação e defesa terão um tempo estipulado para apresentar seus argumentos. Em seguida, os sete jurados sorteados decidirão, em votação secreta, se Zandavalli é culpado ou não. Em caso de condenação, a definição da pena ficará a cargo da juíza responsável.

A defesa de Zandavalli, representada pelas advogadas Pâmela Londero, Ana Caroline Massafra e Laura Villar Piccoli, emitiu uma nota afirmando que “confia na imparcialidade do Tribunal e na sabedoria dos jurados para que seja proferida uma decisão justa”. O caso, que chocou a região, será acompanhado de perto pela comunidade local e por defensores dos direitos indígenas e das mulheres.

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