O encanto da inclusão através da literatura e da arte

Em meio à rotina escolar, onde as crianças se misturam entre risos, brincadeiras e descobertas, há um espaço onde a literatura se entrelaça com a arte, proporcionando uma aprendizagem que vai além do convencional. Roseli Schwanck Justo, professora apaixonada pela Educação Especial e escritora de “O Mundo de Júlia: Será que sou diferente?”, tem sido um farol de inspiração no universo da inclusão, com sua abordagem única de ensinar a empatia e o respeito às diferenças.

Roseli, natural de Torres, no Rio Grande do Sul, dedicou-se há mais de duas décadas ao ensino e 13 anos na educação especial, em atuação na APAE de Torres. Foi dessa vivência que nasceu o desejo de escrever um livro que não só abrisse portas para o entendimento das crianças, mas que também fosse uma ferramenta educativa para pais e educadores. “O Mundo de Júlia”, uma história encantadora e comovente, tem como protagonista uma menina com síndrome de Down, convidando os pequenos a refletirem sobre o significado da inclusão.

O que torna a obra ainda mais especial não é só a narrativa que emociona, mas também a sua adaptação em formato de musical, com coreografia desenvolvida pela professora de dança Giu Rocha, trazendo vida à história de Júlia. O livro termina com uma música sobre inclusão e respeito às diferenças. A canção está disponível no Spotify e se transforma em uma verdadeira experiência sensorial para as crianças, onde a música e a dança se tornam a ponte para o aprendizado. 

A autora acredita que as crianças, em sua essência, aprendem por imitação, e é através do exemplo, do envolvimento emocional, que elas absorvem as lições de vida. “Se a gente quer que elas aprendam, a gente tem que dar o exemplo para elas. E as histórias são muito importantes para isso, para despertar nas crianças a aprendizagem através dos sentimentos, da emoção. E é justamente isso que a gente trabalha contando a história através de um musical, com a expressão corporal, com a dança. A gente trabalha a emoção das crianças”, diz Roseli. E, para ela, o palco ideal para essa transformação são as escolas, onde o contato com os alunos permite que ela se aproxime das vivências mais profundas de cada um.

Seja no palco da educação infantil ou do ensino fundamental, Roseli percebeu a importância de proporcionar um ambiente que incentive a livre expressão. Ao unir literatura com arte, ela cria um espaço onde o corpo também se comunica, um lugar onde a dança e a música tocam diretamente os corações. 

A representatividade sempre foi uma bandeira de Roseli, que, ao escrever sua história, visava dar voz a personagens com deficiências. O livro não trata apenas de inclusão de pessoas com deficiência, mas vai além. Em seu enredo, Roseli aborda o respeito às diferenças de maneira ampla. Numa leitura despretensiosa podemos vislumbrar a inclusão do idoso, a questão do racismo, a gordofobia, a aversão ao pobre. Contudo, a autora, Roseli, nos convida a ir além desses rótulos que tanto lutamos para dar fim. “O livro e sua protagonista, nos falam ao coração e é ainda um chamamento a nos colocarmos no lugar do outro e assim quebrarmos o padrão. A mostrar que o modelo a ser seguido deve ser aquele que não fere o nosso semelhante”, ressalta.

O desafio de criar um material educativo tão lúdico quanto instrutivo é grande, mas, para Roseli, o retorno é imensurável. Ela vislumbra um futuro onde a sociedade, alimentada pela arte e pela literatura, seja capaz de olhar para a diversidade com mais carinho e aceitação. Assim, com o olhar firme em um futuro mais inclusivo e mais justo, Roseli Schwanck Justo segue sua missão, uma história de cada vez, transformando o mundo ao seu redor, um passo de dança e uma página por vez.

Para conhecer mais sobre o Projeto de Roseli, seu perfil no Instagram pode ser acessado pelo @roselischwanckescritora

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