Defesa de Mauro Cid nega que o tenente-coronel tenha sido coagido e solicita rejeição da denúncia

A defesa do tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em resposta às acusações envolvendo sua suposta participação em uma tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022.

A defesa refutou veementemente as alegações de coação durante o processo de colaboração com a Polícia Federal (PF) e argumentou que, em nenhum momento, Mauro Cid esteve desacompanhado durante os depoimentos. Segundo os advogados, todos os atos de delação ocorreram com a presença e o aval dos defensores do acusado, em conformidade com os direitos de defesa.

A manifestação enviada ao STF destaca que “jamais a defesa constituída admitiria qualquer espécie de coação ou induzimento na prestação de informações por Mauro Cid; a defesa jamais admitiria ou se submeteria a qualquer ato de coação ou na negociação de um acordo que comprometesse o seu mais amplo direito de defesa, um contraditório legalista, elementos do devido processo legal garantido pela Carta Maior”. Com isso, os advogados reforçam que o processo de colaboração foi realizado de maneira legítima, sem pressões externas ou tentativas de manipulação.

Além disso, a defesa apresentou uma série de argumentos relacionados às acusações de tentativa de golpe de Estado e de envolvimento em uma organização criminosa. Os defensores afirmaram que Mauro Cid não tinha qualquer intenção de articular uma ação golpista, e que sua atuação se limitava exclusivamente ao cumprimento das funções de um “assessor”, sem poder de decisão sobre os rumos da administração ou sobre quaisquer ações políticas.

Para a defesa, a atuação de Cid se restringia a “comunicação” de informações que chegavam até ele, repassando essas informações às autoridades mais próximas à presidência de maneira burocrática, sem envolvimento direto nas decisões políticas ou ilegais.

O texto enviado ao STF também solicita a manutenção dos benefícios já concedidos a Mauro Cid e argumenta a necessidade de rejeição das acusações e das denúncias apresentadas contra ele. A defesa alega que há “total ausência de justa causa para o exercício da ação penal” contra o tenente-coronel, buscando, assim, que as acusações sejam descartadas, por entender que não existem evidências suficientes que sustentem as alegações de envolvimento em um golpe ou em atividades criminosas. (Estadão Conteúdo)

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