DMAE volta a usar carvão ativado para reduzir gosto e odor na água

Crédito: Luciano Lanes/PMPA

O DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos) retomou o uso de carvão ativado no tratamento da água dos sistemas São João e Moinhos de Vento. Conforme o departamento, a medida busca reduzir alterações de gosto e odor causadas por compostos naturais encontrados nos pontos de captação do Guaíba.

Essas unidades captam água em áreas próximas ao rio Gravataí, manancial mais afetado pela estiagem na região. Segundo o diretor-presidente do DMAE, Bruno Vanuzzi, a escolha técnica ocorreu após estudos científicos que avaliaram as melhores soluções disponíveis. “Nos últimos meses, realizamos análises detalhadas para definir a alternativa mais eficiente. Nosso objetivo é garantir a qualidade da água distribuída à população”, afirmou.

Uso do carvão ativado retorna após mais de uma década

O carvão ativado era empregado no tratamento da água em todas as ETAs (Estações de Tratamento de Água) de Porto Alegre até 2012. Naquele ano, foi substituído pelo dióxido de cloro, que age quimicamente para reduzir alterações sensoriais na água. Agora, o Dmae reintroduziu o carvão ativado nos sistemas São João e Moinhos de Vento, enquanto mantém o dióxido de cloro nas demais unidades.

Cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado serão aplicadas diariamente nas Ebabs (Estações de Bombeamento de Água Bruta) dessas regiões. Nos demais sistemas – Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas –, a aplicação do dióxido de cloro continua, pois as queixas de alteração no gosto e odor da água são menos frequentes.

Funcionamento do processo

O carvão ativado é misturado à água em um tanque, onde permanece em suspensão. Essa solução é adicionada gradualmente à água bruta antes de seguir para as ETAs, onde ocorre a purificação completa.

As alterações no gosto e no odor estão associadas a substâncias naturais chamadas geosmina e MIB (2-metilisoborneol). Embora sejam inofensivas à saúde, essas substâncias conferem à água um cheiro e sabor de terra. O fenômeno é mais comum no verão, quando o nível do Guaíba diminui e a movimentação da água reduz, favorecendo a presença desses compostos.

Monitoramento da qualidade da água

O DMAE afirma que todo o processo de captação, tratamento e distribuição segue os padrões da Portaria nº 888/2021 do MS (Ministério da Saúde). A fiscalização cabe à Vigilância Ambiental da SMS (Secretaria Municipal da Saúde).

Diariamente, são realizadas 2,4 mil análises para monitoramento da qualidade da água, abrangendo desde o manancial até os pontos de distribuição. Os relatórios mensais podem ser consultados no site do departamento. Outras informações estão disponíveis no Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do MS.

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