Lula aposta na isenção do Imposto de Renda para reverter queda na popularidade

Em busca do apoio perdido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para intensificar, nos próximos dias, a divulgação de medidas populares.

Nesta semana o governo deverá divulgar três anúncios. Além da nova fase do programa Mais Médicos divulgado nessa segunda (17), ainda deverá constar na pauta do Planalto o projeto que será enviado ao Congresso para ampliar para R$ 5 mil a faixa de isenção do Imposto de Renda; e uma nova etapa do Minha Casa, Minha Vida destinada à classe média.

A estratégia é dar sequência ao anúncio de medidas positivas para mudar o mau humor da população com o governo do petista.

Na semana passada, o governo anunciou e reiterou a divulgação do crédito consignado para o trabalhador do setor privado. Antes, reempacotou o Pé de Meia e o Farmácia Popular.

São ações populares e positivas, mas que até agora não foram suficientes para melhorar o clima no país para o presidente Lula – que enfrenta um momento de reprovação acima da aprovação pela primeira vez em três mandatos.

Segundo assessores, se não conseguiu ainda inverter a curva, a agenda positiva tem ajudado a evitar uma piora ainda mais acentuada na aprovação do governo, ganhando tempo até que a inflação dos alimentos comece a cair.

O projeto de reforma do Imposto de Renda deve ser anunciado oficialmente nesta terça (18), em cerimônia com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A isenção para quem ganha até R$ 5 mil deve ser aprovada facilmente pelo Congresso. A divergência está na fonte de recursos para compensar os cerca de R$ 35 bilhões que o governo vai deixar de arrecadar.

No caso do Mais Médicos, o novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu a missão do presidente Lula de transformar o programa em uma das marcas do governo para a campanha presidencial de 2026. Com isso, o Ministério da Saúde anunciou novo edital para a contratação de 2.279 profissionais pelo Programa Mais Médicos.

Segundo a pasta, as vagas serão disponibilizadas para 4.771 municípios. Em entrevista à imprensa, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que, com o preenchimento das novas vagas, o programa passará a contar com mais de 28 mil profissionais.

Os médicos atuam em equipes de Saúde da Família e, quando necessário, encaminham o paciente para um especialista.

Na mesma linha, Lula encomendou também ao ministro das Cidades, Jader Filho, uma nova fase do programa Minha Casa Minha Vida, destinada a atender a classe média.

Para bancar o programa, o governo decidiu destinar R$ 15 bilhões do Fundo do Pré-Sal, que tem como prioridade investimento em saúde e educação, mas que neste ano também terá aplicação na área de habitação.

O Minha Casa Minha Vida tem forte apelo popular e será usado também na campanha eleitoral do próximo ano.

 

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