Porto Alegre passa a contar com sistema de monitoramento da qualidade do ar

Porto Alegre passou a contar nessa segunda-feira (17) com uma rede de monitoramento que reúne alta tecnologia, diversidade de dados e compartilhamento de informações com a população, em tempo real, sobre a qualidade do ar. O sistema é composto de cinco estações compactas e uma unidade móvel de referência, fornecendo informações precisas e atualizadas sobre dados meteorológicos e nível de poluentes em um raio de aproximadamente 2 quilômetros de cada equipamento.

As estações foram instaladas em locais de alto fluxo de veículos, entrada e saída da cidade, bairros com risco de onda de calor identificados pelo Plano de Ação Climática e áreas com densidade populacional expressiva. Os dados podem ser acessados por meio do link prefeitura.poa.br/qualidade-do-ar.

Os equipamentos têm capacidade para medir poluentes como monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, dentre outros. Também apuram parâmetros meteorológicos de temperatura, pressão atmosférica, chuva, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento e radiação solar.

A contratação da empresa JCTM Comércio e Tecnologia Ltda. se deu por meio de licitação no valor de quase R$ 2.95 milhões, com recursos do Fundo Municipal Pró-Defesa do Meio Ambiente. Dentre as atribuições também estão a operação e manutenção das unidades, bem como fornecimento de relatórios mensais e anuais sobre a qualidade do ar. A iniciativa foi viabilizada pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre.

O monitoramento de qualidade do ar faz parte do Plano de Ação Climática, um conjunto de 30 ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), diminuindo os níveis de poluição, além de fortalecer a resiliência climática, preparando a cidade para eventos climáticos extremos.

O objetivo é estabelecer medidas concretas com base no Inventário de emissões de GEE de Porto Alegre, realizado em 2019, que apontou que 67,7% dos poluentes estão concentrados no setor de transportes. O setor de energia estacionária (consumo diário das pessoas) somou 23% das emissões, seguido dos resíduos, com 8,8%, e de agricultura, florestas e uso do solo, com 0,5%.

Localização

– Unidade fixa na Estação Rodoviária – Largo Vespasiano Júlio Veppo nº 70, Centro Histórico.
– Unidade fixa na Unidade de Saúde São Carlos (Terminal Antônio de Carvalho) – avenida Bento Gonçalves nº 6.670, Agronomia.
– Unidade fixa na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) – avenida Ipiranga nº 5.311, Partenon.
– Unidade fixa na UPA Moacyr Scliar (Terminal Triângulo) – rua Jeronymo Zelmanovitz nº 1, São Sebastião.
– Unidade fixa na Hospital da Restinga e Extremo-Sul – Estrada João Antônio da Silveira nº 3.700, Restinga.
– Unidade móvel estacionada na sede da Smamus – rua Luiz Voelcker nº 55, Três Figueiras.

Poluentes monitorados

– Partículas inaláveis finas (MP2,5): partículas muito pequenas presentes na fumaça. Origem: queima de combustíveis, atividades industriais e poeira.
– Partículas inaláveis (MP10): partículas de poeira, pólen e outras substâncias. Origem: construção civil, ressuspensão de poeira (quando o vento sopra partículas do solo para o ar) e fontes naturais.
– Ozônio (O₃): gás incolor formado por reações químicas entre poluentes e luz solar. Mais comum em dias quentes e ensolarados.
– Dióxido de Nitrogênio (NO₂): gás de coloração marrom-avermelhada. Origem: veículos automotores, processos industriais e usinas térmicas.
– Dióxido de Enxofre (SO₂): gás incolor com odor forte. Origem: processos industriais, queima de combustíveis com enxofre e veículos diesel.
– Monóxido de Carbono (CO): gás incolor e inodoro. Origem: queima incompleta de combustíveis, principalmente por veículos automotores.

(Marcello Campos)

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