Avaliação negativa de ministro da Fazenda explode no mercado, salta 34 pontos em três meses e vai a 58%

A avaliação do mercado financeiro sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve aguda deterioração entre o levantamento anterior da Genial/Quaest, em dezembro, e o de março, divulgado nesta quarta-feira (19). O percentual de avaliações negativas subiu de 24% para 58% no intervalo, com as avaliações positivas retrocedendo de 41% para 10%, de dezembro para março. A avaliação regular passou de 35% para 32%.

Foram feitas 106 entrevistas junto a fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro, com coleta por meio de questionários online entre os dias 12 e 17 de março. Participaram gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão.

Para 85% do mercado, houve enfraquecimento do ministro Haddad, comparado a 61% que o percebiam, em dezembro, com perda de força naquele momento. O porcentual de que ele continua com o mesmo grau de força, sem alteração, passou de 35% em dezembro para 14% em março, enquanto o de fortalecimento declinou de 4% para 1%.

Para 93%, política econômica do governo está na direção errada, em comparação a 96% que assim pensavam em dezembro. E para 92% dos ouvidos, Lula é o principal responsável pela política econômica, comparado a 5% que a atribuem a Haddad.

Nos 12 meses à frente, 83% do mercado aguardam piora econômica, comparado a 88% no levantamento de dezembro e, para 58%, há risco de o Brasil entrar em recessão em 2025. Para 51% do mercado, PIB deve crescer entre 1,51% e 2% este ano.

Atuação de Galípolo

A pesquisa divulgada nesta quarta trouxe, também, perguntas sobre o início do mandato de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central. Para 49% dos ouvidos, a gestão de Galípolo é igual ao que se esperava, enquanto 20% a avaliam como melhor do que se antecipava ― e apenas 3% como pior. Contudo, 28% disseram ser muito cedo para avaliar.

Para 38%, ele tem tomado decisões técnicas e para 5%, decisões políticas. A maioria, ou 58%, diz ser muito cedo para avaliar.

O levantamento mostra também que 45% consideram positiva a atuação de Galípolo como presidente do BC, e 41% como regular. As avaliações negativas totalizaram 8%, e 6% não souberam opinar.

(Estadão Conteúdo)

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