‘Vou no próximo’, ‘deixa para mais tarde’: resistência de moradores em sair de casa dificulta resgates em áreas de risco no RS


De acordo com o Corpo de Bombeiros e voluntários que estão atuando nos salvamentos, pessoas relatam medo de roubos às residências vazias e não acreditam que água vá invadir andares altos. Previsão de chuva preocupa trabalho de resgate em Porto Alegre
A resistência de moradores em sair de casa está dificultando os resgates em áreas inundadas ou com risco de alagamento no Rio Grande do Sul. De acordo com o Corpo de Bombeiros e voluntários que atuam nos salvamentos, pessoas relatam medo de roubos às residências vazias e não acreditam que água vá invadir andares altos. Os temporais que atingem o estado deixaram mais de 90 mortos e acima de 130 desaparecidos até a manhã desta quarta-feira (8).
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“‘Tá tranquilo”, “vou no próximo” e “deixa para mais tarde” são algumas das explicações ouvidas pelas equipes em Porto Alegre. Na Capital, a prefeitura emitiu alertas para os bairros Menino Deus e Cidade Baixa. Outras regiões, como Sarandi, Humaitá, São Geraldo e Lami também registram alagamentos.
“Quem puder sair de casa, saia. Não espera. A água não vai baixar, vai ficar sem água, vai ficar sem luz, vai ficar sem comunicação, sem bateria. Não espera ficar no momento de desespero”, apelou um voluntário ouvido durante o Encontro, da TV Globo.
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Agentes do Corpo de Bombeiros com a ajuda de voluntários fazem resgate na Avenida Vinte e Um de Abril, na Vila Elizabete, na zona norte de Porto Alegre (RS), resgatam pessoas e seus animais de estimação próximo à Avenida Assis Brasil, nesta segunda-feira, 06 de maio de 2024, após o transbordamento do dique do Arroio Feijão
DONALDO HADLICH /CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Um outro voluntário disse que, às vezes, se leva até uma hora para convencer as pessoas a deixarem suas casas. Esse tempo, segundo as equipes, poderia ser empregado para prestar auxílio a outras pessoas que necessitam de socorro.
“Todo tempo que a gente tiver é precioso, para ajudar outras pessoas. É uma corrida contra o tempo e um trabalho de formiguinha”, define um outro voluntário.
Conforme o comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Eduardo Estevam, a orientação é levar um documento e itens de uso estritamente pessoal, como medicamentos de uso contínuo.
“Bens materiais, nesta hora, se tornam secundários. Queremos salvar vidas. Todas as vidas importam”, afirma o comandante Estevam.
Trabalho de resgate de pessoas e animais de estimação que estavam ilhadas pela chuva no bairro São João, na zona norte de Porto Alegre
Gilmar Alves/ASI/Estadão Conteúdo
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