O que se sabe sobre a queda de avião em Gramado

Uma aeronave de pequeno porte caiu na manhã deste domingo (22), em Gramado (RS) vitimando 10 pessoas. Ao cair sobre a área urbana da cidade, por volta das 9h30min da manhã, o avião do empresário Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos, chocou-se contra a chaminé de um edifício, uma casa e uma loja de móveis. Além disso, destroços resultantes do acidente atingiram uma pousada, ferindo hóspedes e funcionários.

Ex-diretor do Grupo Pão de Açúcar e sócio da empresa de consultoria Galeazzi & Associados, Galeazzi viajava na companhia de outras nove pessoas: sua esposa, Tatiana Natucci Niro; três filhas adolescentes do casal; a sogra de Galeazzi, Lilian Natucci; a cunhada do empresário, Veridiana Natucci Niro; o marido de Veridiana, Bruno Cardoso Munhoz de Guimarães, e os dois filhos pequenos de Veridiana e Bruno.

Nenhum dos ocupantes da aeronave se salvou. Equipes de resgate já removeram os fragmentos dos corpos, que serão encaminhados ao Departamento Médico Legal de Porto Alegre, que recorrerá a exames de DNA para identificar as vítimas.

Além dos 10 tripulantes mortos, outras 17 pessoas ficaram feridas, a maioria estava na pousada atingida pela aeronave. Entre os feridos, dois sofreram queimaduras graves, os demais foram hospitalizados devido a inalação de fumaça.

Uma das pessoas feridas, de 51 anos, deu entrada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Cristo Redentor. Segundo a assessoria do hospital, a paciente sofreu queimaduras de 2º e 3º graus em 30% do corpo. Até a última atualização na tarde desta segunda, ela permanecia sedada e respirava com ajuda de aparelhos.

A outra vítima atingida em solo, de 56 anos, teve queimaduras em cerca de 40% do corpo e está sendo acompanhada na UTI do Hospital de Pronto Socorro da capital gaúcha. Os nomes das duas pacientes não foram informados.

As outras 15 pessoas que estavam em imóveis atingidos pela aeronave ou próximos ao local do acidente e precisaram receber atendimento hospitalar foram liberadas.

A Infraero informou que o avião decolou do Aeroporto de Canela às 9h15 e seguia destino a Jundiaí, em São Paulo. As circunstâncias ainda estão sendo investigadas. O que se sabe, conforme afirmou o governador Eduardo Leite,  é que as condições climáticas “não eram as melhores”. Marcelo Sulzbach, presidente do aeroclube da cidade da serra gaúcha, explicou que no momento da decolagem havia um nevoeiro, com uma densa neblina.

“No momento que a aeronave iniciou o taxiamento, a meteorologia mudou. [O clima] deu uma boa piorada. O nevoeiro engrossou após a decolagem”, explicou ao Estadão Conteúdo.

O avião colidiu contra a chaminé de um prédio, e em seguida, contra o segundo andar de uma residência, caindo sobre o comércio. Os destroços do avião ainda atingiram uma pousada nas imediações. Os 10 passageiros da aeronave eram:

–  Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi (dono e piloto do avião);

– Tatiana Natucci Niro (esposa de Luiz);

– Maria Eduarda Niro Galeazzi  (filha de Luiz e Tatiana);

– Maria Elena Niro Galeazzi (filha de Luiz e Tatiana);

– Maria Antônia Niro Galeazzi (filha de Luiz e Tatiana);

– Veridiana Natucci Niro (irmã de Tatiana e filha de Lilian);

– Lilian Natucci (mãe de Tatiana e Veridiana);

– Bruno Cardoso Munhoz de Guimarães Araújo; (marido de Veridiana e pai de Giulia e Mateo);

– Giulia e Mateo (filhos de Veridiana e Bruno).

Em nota, a Galeazzi & Associados confirmou que o grupo embarcou em Canela (RS) com destino a Jundiaí, em São Paulo. A aeronave decolou às 9h12 e caiu pouco tempo depois quando sobrevoava Gramado. Poucas horas após o acidente, o governador Eduardo Leite disse a jornalistas que, ao decolar, Galeazzi enfrentou condições climáticas “que não eram as melhores” para o voo. “Mas os estudos e os especialistas poderão dizer se as condições eram propícias ou favoráveis ou possíveis para o voo ou não”, acrescentou Leite.

O acidente está sendo apurado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), e pela Polícia Civil. A investigação militar busca prevenir a ocorrência de outros acidentes com características semelhantes e a da Polícia Civil, identificar as causas e os eventuais responsáveis pela tragédia.

A área onde o avião caiu teve que ser isolada – primeiro, para que a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros combatessem as chamas; depois, para permitir que os peritos acessassem o local. A rodovia RS-235, que interliga Gramado e Canela, foi liberada nesta manhã, e o Comando da Rodoviária da Brigada Militar pediu que “curiosos evitem o local, pois equipes seguem trabalhando na área”.

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