Oito pessoas viram rés por mortes de irmãos baleados por engano a caminho de mercado em Porto Alegre


Investigação coloca responsabilidade sob organização criminosa que queria amedrontar comunidade e desafiar rivais no controle do tráfico de drogas na região do bairro Cascata. Os irmãos João Francisco Maciel dos Santos e Marina Maciel dos Santos foram mortos a tiros em Porto Alegre
Reprodução/Arquivo Pessoal
A Justiça do Rio Grande do Sul aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e oito pessoas se tornaram rés pelos assassinatos de dois irmãos em Porto Alegre: Marina Maciel dos Santos, de 16 anos, e João Francisco Maciel dos Santos, de 14, foram mortos a tiros a caminho de um mercado, onde comprariam refrigerante, segundo familiares.
As identidades dos réus não foram divulgadas. Eles estão presos. Os réus vão responder por homicídio, tentativa de homicídio, receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e organização criminosa armada. Uma data para o início do julgamento não foi divulgada.
‘Menino sonhador’ e ‘aluna dedicada’, diz professor sobre irmãos
O crime aconteceu em abril de 2023, no bairro Cascata, Zona Leste da capital. De acordo com a investigação da Polícia Civil, os irmãos não eram os alvos dos criminosos – foram baleados por engano. O grupo criminoso passou pelo local em um carro atirando com armas de fogo a esmo na direção de quem estava na rua.
Local em que tiroteio aconteceu em Porto Alegre, de acordo com a polícia
RBS TV/Divulgação
Conforme o MP, o objetivo do grupo era amedrontar a comunidade e desafiar rivais no controle do tráfico de drogas na região.
‘Menino sonhador’ e ‘aluna dedicada’, diz professor
A morte dos irmãos deixou em luto a comunidade escolar do Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot, no bairro Azenha, em Porto Alegre.
”Eu lembro do João como um menino sonhador, um menino muito alegre, inteligente, ele era muito engraçado (…) Ele sempre dava a entender para a gente que queria estudar muito, queria ser alguém na vida. A Marina era uma menina um pouco mais tímida, mas também uma aluna superdedicada”, afirmou, na época do crime, um professor que preferia não ser identificado.
O mesmo educador foi responsável por organizar uma vaquinha virtual para ajudar a pagar os custos do sepultamento dos adolescentes. No colégio onde os dois estudavam, foi estendida uma faixa em protesto contra a violência.
Faixa estendida no colégio onde estudavam irmãos vítimas de ataque a tiros
Reprodução
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