Alexandre de Moraes retira sigilo de relatório da PF sobre tentativa de golpe de Estado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu retirar o sigilo do relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. O inquérito também foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que analisará a possibilidade de apresentar denúncia contra os indiciados.

No entanto, Moraes manteve o sigilo sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar o caso e decidir se apresentará denúncia contra os envolvidos. A Polícia Federal concluiu a investigação e entregou o relatório final, com cerca de 800 páginas, ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (21). Na decisão tomada nesta tarde, o ministro Alexandre de Moraes determinou o levantamento do sigilo dos autos.

O ministro justificou que há “existência de diligências em curso e outras em fase de deliberação” envolvendo a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, que firmou acordo com a PF. Paulo Gonet, procurador da República, pode solicitar mais tempo ou pedir diligências adicionais caso considere necessário. A expectativa é que a denúncia seja apresentada somente em 2025, devido ao grande volume de informações da investigação e à complexidade do caso. Além disso, o Judiciário entra em recesso a partir de 20 de dezembro, o que pode atrasar o andamento do processo.