Quem é o coronel alvo da operação Contragolpe da PF

O coronel do Exército Flávio Peregrino foi alvo de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF) no último sábado (14). Os agentes cumpriram o mandado na residência de Peregrino, em Brasília. De acordo com informações da PF, o coronel foi citado no inquérito que apura uma tentativa de golpe de estado depois que os agentes encontraram com o coronel, na sede do Partido Liberal (PL), um documento que seria uma espécie de “perguntas e respostas” sobre a delação de Mauro Cid.

Peregrino trabalha há quatro meses no gabinete do deputado distrital Thiago Manzoni (PL). Ele foi nomeado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no dia 8 de agosto de 2024 e ocupa o cargo CL-03, que tem remuneração de R$ 6.039,65.

O deputado disse que “tomou ciência, pela imprensa, da busca e apreensão realizada na residência do assessor Flávio Botelho Peregrino, em procedimento relacionado a fatos anteriores à sua atuação em nosso gabinete” e que, até o momento, não conseguiu contato com ele após a veiculação das matérias jornalísticas sobre a operação.

“Flávio ingressou no gabinete no segundo semestre deste ano. Desde então, auxilia na assessoria de comunicação e desempenha suas funções com excelência e respeitando os valores éticos mais elevados. Sempre respeitando o princípio da presunção de inocência, que é um dos pilares do Estado de Direito, aguardamos o desenrolar das diligências realizadas hoje”, afirmou Manzoni.

Considerado “faz tudo” do general da reserva Walter Souza Braga Netto, preso na mesma operação, Peregrino é investigado por envolvimento em questões estratégicas relacionadas à tentativa de golpe que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. De acordo com as investigações da PF, a função do coronel era atuar como intermediário entre Braga Netto e outros integrantes da rede de apoio ao golpe, além de realizar atividades logísticas e organizacionais.

Em fevereiro deste ano, um esboço de plano golpista foi localizado na mesa de Peregrino, dentro da sede nacional do PL, e estava guardado em uma pasta intitulada “memórias importantes”.

Esse documento, batizado de “Operação 142”, detalhava um plano para instaurar um estado de exceção no Brasil, distorcendo o artigo 142 da Constituição para justificar uma intervenção militar. O objetivo claro do plano era impedir que Lula assumisse a Presidência e garantir que Jair Bolsonaro permanecesse no poder, mesmo após a derrota nas urnas, em outubro de 2022. As informações são do portal de notícias Metrópoles.

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