As exportações brasileiras do agronegócio caíram 1,3% em 2024 com pressão dos grãos

As exportações brasileiras do agronegócio alcançaram US$ 164,4 bilhões em 2024, queda de 1,3% no comparativo anual, de acordo com dados do Ministério da Agricultura divulgados nesta semana. O desempenho foi afetado pela redução nas vendas externas de soja e milho, após uma safra menor e preços internacionais achatados pela ampla oferta global.

O resultado das exportações totais do agro interrompeu uma sequência de avanços que vinha desde 2019. Apesar disso, o montante de 2024 foi o segundo maior da série histórica, perdendo apenas para os US$ 166,49 bilhões registrados em 2023.

Principal produto da pauta de exportação agrícola, os embarques de soja somaram 98,8 milhões de toneladas no ano passado, redução de 3%. Com isso, as vendas do complexo soja (que inclui farelo e óleo) ficaram em 123,3 milhões de toneladas, 2,7% menores em relação a 2023.

O preço médio da soja teve uma diminuição de 16,9% no acumulado de janeiro a dezembro, para US$ 435 por tonelada, que fez com que a receita baixasse de maneira mais intensa que o volume exportado. O faturamento com os embarques da oleaginosa atingiu US$ 42,93 bilhões no ano, queda de 19,4%.

No caso do milho, os dados do ministério indicam que houve recuo de 15,9% no preço médio, para US$ 203 por tonelada. O volume de exportação do cereal alcançou 39,7 milhões de toneladas, baixa de 28,8% na variação anual. A receita, por sua vez, ficou 40,2% menor, ao encerrar 2024 com US$ 8,05 bilhões.

Na avaliação do Ministério da Agricultura, a redução nas vendas do complexo soja e de cereais foi compensada pelo incremento das exportações de segmentos tradicionais, como carnes, açúcar, produtos florestais e café.

Em alta

Com produtos de maior valor agregado, o setor de carnes foi o que mais contribuiu para limitar a queda nas exportações totais do agronegócio no ano passado. Em volume, as proteínas bovina, suína e de frango tiveram recordes nos embarques, em meio à forte demanda internacional e diversificação de mercados compradores. Foram 9,66 milhões de toneladas, aumento de 9,6%.

O complexo carnes, como um todo, somou US$ 26,18 bilhões em vendas externas, alta de 11,4% em relação a 2023. Este resultado aconteceu mesmo com diminuições nos preços médios da carne bovina, do frango e do suíno.

As vendas externas de proteína bovina cresceram 25,5%, para 2,87 milhões de toneladas, e a receita aumentou 21,7%, para US$ 12,83 bilhões. O frango teve avanços de 3% em volume, para 5,16 milhões de toneladas, e 1,3% em faturamento, para US$ 9,74 bilhões.

Já a carne suína fechou o ano com incremento de 8,9% no volume, a 1,31 milhão de toneladas, e 7,4% de receita, para US$ 2,99 bilhões.

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