Veja a lista de medidas anunciadas pelo governo federal para socorrer atingidos pelas chuvas no RS

Estado contabiliza 107 mortos e mais de 1,4 milhão de pessoas afetadas pelos temporais. Pacote soma R$ 50,9 bilhões; aporte não vai prejudicar outras regiões do país, disse Haddad. Imagens aéreas mostram cidades submersas no Rio Grande do Sul
O governo Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (9) uma lista de medidas de socorro ao Rio Grande do Sul – estado que enfrenta as maiores chuvas de sua história desde o fim de abril.
Segundo divulgado pelo governo, serão R$ 50,9 bilhões destinados à recuperação dos municípios e das famílias atingidas pelas enchentes.
O pacote foi enviado ao Congresso na forma de uma medida provisória. Com isso, as medidas já entram em vigor imediatamente, mas precisam do aval de Câmara e Senado em até 120 dias para não perderem validade.
No discurso, Lula informou que deve anunciar, na próxima segunda-feira (13), o acordo para a suspensão do pagamento da dívida do Rio Grande do Sul com a União. E na terça (14), medidas para as pessoas físicas afetadas.
Veja abaixo um resumo das medidas anunciadas pelo governo:
Governo libera a partir desta quarta FGTS, abono e seguro-desemprego aos atingidos pelas chuvas no RS
Para trabalhadores e famílias
Antecipação do pagamento do abono salarial 2024: R$ 758 milhões
Segundo o governo, serão beneficiados 705 mil trabalhadores com carteira assinada no Rio Grande do Sul.
O abono salarial é um benefício no valor de até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores e servidores que atendem aos requisitos do programa.
O calendário convencional se baseia no mês de aniversário do trabalhador. O banco de recebimento, data e os valores, inclusive de anos anteriores, estão disponíveis para consulta no aplicativo Carteira de Trabalho Digital e no portal Gov.br.
Duas parcelas adicionais do seguro-desemprego: R$ 495 milhões
O governo vai liberar duas parcelas adicionais do seguro-desemprego para desempregados que já vinham recebendo o benefício antes da decretação do estado de calamidade.
Segundo o Ministério da Fazenda, serão beneficiados 140 mil trabalhadores formais desempregados.
As parcelas serão depositadas entre maio e outubro, ao fim do calendário de cada trabalhador – caso ele não tenha conseguido um novo emprego até lá.
Prioridade na restituição do Imposto de Renda: R$ 1 bilhão
Os declarantes do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) do Rio Grande do Sul terão prioridade na restituição do tributo.
O calendário convencional leva em conta uma série de critérios, como a data de entrega da declaração e o pertencimento a grupos prioritários (idosos, portadores de doenças graves, deficientes físicos ou mentais, professores e quem opta pela restituição pelo PIX, por exemplo).
Segundo o governo, essas restituições serão depositadas pela Receita Federal em junho. Até 1,6 milhões de contribuintes podem ser beneficiados.
Antecipação do Bolsa Família e do Auxílio-Gás de maio: R$ 380 milhões
O governo anunciou que vai antecipar as parcelas de maio do Bolsa Família e do Auxílio-Gás aos beneficiários já inscritos nos programas sociais.
A antecipação deve beneficiar 583 mil famílias.
O governo não informou, até o momento, se tomará medidas para incluir mais famílias nos programas de assistência social com base nos prejuízos das chuvas.
Para estados e municípios
Fundos de estruturação de projetos: R$ 200 milhões
O governo federal vai destinar R$ 200 milhões para que os bancos públicos consigam apoiar e financiar a elaboração de projetos de reconstrução de infraestrutura e equilíbrio econômico.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, divulgou nesta quinta-feira (9) um cálculo inicial de que pelo menos R$ 19 bilhões em investimentos serão necessários para reconstruir o estado. Para isso, além do dinheiro, serão necessários projetos técnicos.
Análise de crédito para municípios: R$ 1,8 bilhão
O governo também anunciou uma força-tarefa para acelerar a análise de crédito de 14 municípios do Rio Grande do Sul que querem pegar empréstimos tendo a União como avalista.
De acordo com o Ministério da Fazenda, essas operações de crédito somam R$ 1,8 bilhão – R$ 1,5 bilhão em operações externas (agências estrangeiras ou organismos internacionais) e R$ 300 milhões em operações internas (bancos brasileiros).
Para empresas
R$ 4,5 bilhões para crédito a micro e pequenas empresas
R$ 1 bilhão para desconto em juros de créditos do Pronampe para micro e pequenas empresas
R$ 500 milhões para garantias no Programa Emergencial de Acesso ao Crédito para MEIs, micro, pequenas e médias empresas – que podem alavancar o crédito em até R$ 5 bilhões
Prorrogação por três meses dos prazos de recolhimento de tributos federais e Simples Nacional;
Dispensa da Certidão Negativa de Débitos para crédito em bancos públicos
Para produtores rurais
R$ 1 bilhão para descontos em juros de empréstimos no Pronaf e no Pronamp
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