Lula sanciona lei que cria o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que institui o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto. A data escolhida é 16 de abril e tem validade nacional.

A data faz referência à morte do diplomata brasileiro Luiz Martins de Souza Dantas. Ele atuou, na época, concedendo vistos para judeus emigrarem para o Brasil fugindo do regime de Adolf Hitler.

O relator do texto no Senado foi Carlos Viana (Podemos-CE) e teve o apoio da Frente Parlamentar Brasil-Israel, criada em 2019. Segundo ele, a data serve para “honrar a memória das vítimas e refletir sobre as lições aprendidas”.

“Esse dia serve como um momento de recordação e homenagem às seis milhões de vidas perdidas, incluindo judeus, ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência e outros grupos perseguidos pelo regime nazista. A memória dessas vítimas é essencial para garantir que atrocidades semelhantes nunca mais se repitam”, disse Viana no documento.

O Dia Internacional da Lembrança do Holocausto é 27 de janeiro. Foi instituído em 1º de novembro de 2005 durante a 42ª plenária da ONU (Organização das Nações Unidas).

Holocausto

Holocausto é o nome que se dá para o genocídio cometido pelos nazistas ao longo da Segunda Guerra Mundial e que vitimou aproximadamente 6 milhões de pessoas entre judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e mentais, opositores políticos etc. De toda forma, o grupo mais foi vitimado no Holocausto foi o dos judeus. Estes, por sua vez, preferem referir-se a esse genocídio como Shoah, que em hebraico significa “catástrofe”.

O Holocausto foi o resultado final de um processo de construção do ódio de uma nação contra um grupo específico que vivia na Europa. O antissemitismo na Alemanha não surgiu com o nazismo e remonta a meados do século XIX, em movimentos nacionalistas, além de ter sido manifestado por personalidades alemãs da época, como Hermann Ahlwardt e Wilhelm Marr.

Quando o partido nazista surgiu, em 1920, o antissemitismo era um elemento que já fazia parte da plataforma do partido, e os historiadores acreditam que Adolf Hitler tornou-se antissemita em algum momento de sua juventude, quando vivia em Viena, capital da Áustria. A presença do antissemitismo no nazismo, durante sua fundação, era perceptível no programa do partido, que afirmava que nenhum judeu poderia ser considerado cidadão alemão.

O antissemitismo alemão partia do pressuposto de que a raça alemã era superior e de que os judeus eram responsáveis por todos os males da sociedade. Hitler e os nazistas começaram por colocar nos judeus a culpa da derrota do país na Primeira Guerra Mundial por meio da “teoria da punhalada nas costas”.

Os nazistas falavam que os judeus possuíam um plano de dominação mundial e criticavam contundentemente o liberalismo econômico e o capitalismo financeiro, pois afirmavam que ambos eram dominados pelos judeus. Um dos exemplos claros dessa ideia (situada na época das teorias da conspiração utilizadas para acusar os judeus) foi um livro de origem russa e autor desconhecido que foi sucesso de vendas na Alemanha: “Os protocolos dos sábios de Sião”.

Quando os nazistas assumiram o poder na Alemanha, em 1933, o processo de exclusão e de violência contra os judeus foi iniciado de maneira progressiva. O discurso nazista, aliado à doutrinação realizada na sociedade alemã, tornou os judeus bodes expiatórios e vítimas de perseguição intensa, não só por parte do governo, mas também pelos civis.

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