Ex-PM é condenado a 28 anos de prisão pela morte da ex-mulher na frente do filho em Porto Alegre


Julgamento de Alisson Frizzon iniciou na quinta-feira (25) e durou cerca de 17 horas. Ele era acusado de feminicídio por invadir a casa ex-companheira e matá-la a tiros em 2018, segundo investigação. Homem é acusado de matar a ex-companheira em casa
Arquivo Pessoal
O ex-policial militar Alisson Frizzon foi condenado a 28 anos anos de prisão em regime fechado pela morte da ex-companheira Michele Pires, de 35 anos, em 2018. A sentença foi proferida nesta sexta-feira (26) pela juiza Cristiane Busatto Zardo, titular na 4ª Vara do Júri do Foro Central, em Porto Alegre.
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O crime foi cometido na casa da vítima, na frente do filho dela, que tinha 12 anos na época, segundo o MP. Alisson está preso desde 12 de dezembro de 2018.
O réu foi condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e por feminicídio, que se refere a questões de gênero. A pena foi agravada em razão do crime ter sido cometido na presença do filho da vítima. Ele não poderá recorrer em liberdade. Ainda cabe recurso.
11 testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas no julgamento, além do réu, que foi interrogado. O MP esteve presente na figura do promotor de justiça Eugênio Paes Amorim. As advogadas Andrea Tavares e Bebiana Deon e o advogado Jabs Paim Bandeira representaram o réu.
Ex-PM acusado de matar ex-mulher é julgado em Porto Alegre
O caso
Alisson Frizzon matou Michele Pires em 11 de dezembro de 2018 no apartamento da vítima, na Zona Sul de Porto Alegre. O ex-PM não aceitava o fim do relacionamento, que havia acabado seis meses antes, segundo o MP.
Ele teria pulado o muro do condomínio onde Michele residia e, depois, invadido o apartamento, de acordo com a polícia. Ela estava preparando um jantar para amigos e para o filho de 12 anos, quando foi surpreendida. Relatos das testemunhas apontam que ele estava alterado e precisou ser contido. Mesmo assim, ele teria disparado ao menos três tiros contra a mulher, que morreu no local.
Um policial civil que morava no mesmo condomínio prendeu o homem em flagrante.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, Michele foi à Delegacia da Mulher horas antes do crime. Uma denúncia anônima da mãe da vítima relatou que Alisson a perseguia tanto em casa quanto no trabalho. Ainda sim, ela preferiu não aceitar as medidas previstas da Lei Maria da Penha, por medo da reação do ex-companheiro.
Alisson estava afastado da PM desde junho de 2018. Uma operação do MP apontou que 10 policiais militares, incluindo ele, estavam relacionados com uma quadrilha de traficantes na Capital. Eram investigados os crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e armas, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.
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