Rússia acusa Ucrânia de usar foguetes americanos para destruir ponte em Kursk

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que a Ucrânia recorreu ao uso de foguetes ocidentais, provavelmente do sistema Himars (lançador múltiplo de ogivas), de fabricação norte-americana, para destruir uma ponte sobre o rio Seym, na região de Kursk. O ataque teria causado a morte de voluntários que tentavam evacuar civis.

“Pela primeira vez, a região de Kursk foi atingida por lançadores de foguetes de fabricação ocidental, provavelmente HIMARS americanos”, disse Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, na noite de sexta-feira (16), por meio do aplicativo de mensagens Telegram:

“Como resultado do ataque à ponte sobre o Rio Seym, no distrito de Glushkovo, a estrutura foi completamente destruída, e voluntários que estavam ajudando a população civil evacuada foram mortos”.

Não é a primeira vez

A acusação de uso de armamento fornecido por outras forças militares não é novidade desde a invasão, em fevereiro de 2022. Em junho passado, o Kremlin alegou que a Ucrânia havia utilizado foguetes fornecidos pelos Estados Unidos e que levaram à morte de mulheres e crianças em uma região do sul da Rússia. “A culpa é de Washington”, declarou uma autoridade de Moscou.

Na ocasião, a porta-voz Maria Zakharova disse que as mortes ocorreram na semana passada na região de Belgorod, depois que a Casa Branca concordou em deixar a Ucrânia disparar armas fornecidas pelos Estados Unidos em território russo para a defesa da região ucraniana de Kharkiv.

Disse, ainda, que as declarações de Washington dando luz verde para tais ataques equivaliam a “uma confissão de envolvimento no assassinato de crianças e mulheres” na região de Belgorod. “Fragmentos de Himards servirão como prova direta”, declarou a um grupo de repórteres.

Zakharova não apresentou imagens de nenhum fragmento de foguete. Também não disse quantas pessoas foram mortas no suposto incidente.

Ofensiva com drones

Na quarta-feira (14), a Ucrânia lançou o que descreveu como o maior ataque com drones contra bases aéreas russas desde o início do confronto. O Ministério da Defesa da Rússia mencionou o disparo de 117 drones, além de mísseis, não apenas na região de Kursk, onde as tropas ucranianas haviam conquistado território, mas também nas regiões de Voronezh, Belgorod e Nizhny Novgorod.

De acordo com um oficial do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), os drones de longo alcance foram utilizados para atingir os aeródromos militares russos de Voronezh, Kursk, Savasleyka e Borisoglebsk, com o objetivo de impedir ataques aéreos russos contra a Ucrânia. Não estava claro se alguma aeronave russa foi danificada ou destruída, e o oficial afirmou que Kiev aguardava fotos de satélite para avaliar os danos.

Enquanto isso, o avanço das forças ucranianas na região de Kursk parece ter desacelerado. O presidente Volodymyr Zelenskyy disse na quarta-feira que suas tropas avançaram de um a dois quilômetros em várias áreas desde o início do dia. Ele acrescentou que as forças ucranianas capturaram mais de 100 soldados russos nas últimas 24 horas.

O principal general da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, afirmou na segunda-feira que as forças ucranianas controlavam 1.000 quilômetros quadrados de território russo. No entanto, 24 horas depois, ele relatou que apenas 40 quilômetros quadrados adicionais haviam sido ocupados.

Um grupo analítico ucraniano, Deep State, que trabalha em estreita colaboração com o Ministério da Defesa, estimou a área sob controle ucraniano em 800 quilômetros quadrados, mas mapeou apenas 330 quilômetros quadrados para não comprometer posições sensíveis da Ucrânia.

O Ministério da Defesa russo declarou que suas forças impediram veículos ucranianos de avançar “profundamente em território russo” em várias áreas. Moscou afirmou ter destruído dois comboios que se dirigiam para o norte de Sudzha, uma cidade agora sob controle ucraniano, segundo Kiev.

 

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