Enchentes no RS também afetarão o País, com alta de preços mas sem desabastecimento

Os desdobramentos das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul neste mês não serão sentidos apenas no Rio Grande do Sul. Já é dado como praticamente certo o impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB) nacional e até mesmo sobre os preços de diversos produtos – ou seja, uma maior inflação. Mas não deve ocorrer desabastecimento.

Responsável por um grupo de trabalho encarregado de traçar um panorama das perdas causadas pela tragédia gaúcha sobre a economia do País, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, confirma esse possível cenário. Ele observa, porém, que ainda será necessário maior tempo para uma análise exata.

Dentre as variáveis a serem consideradas estão o fato de que o pior incidente climático da história do Estado ainda parece longe de um fim (pode durar alguns meses). Outro elemento importante são as medidas anunciadas pelos governos municipais, estaduais e federal, bem como seus efeitos.

Já no que se refere à projeção de que não faltarão itens nas prateleiras de supermercados ou nas bombas dos postos de combustíveis, por exemplo, ele diz que o problema maior deve ser a alta de preços.

Em relação aos alimentos, por exemplo, Mello ainda não se sabe ao certo se os estoques foram afetados e se as lavouras que ainda não foram colhidas poderão ser aproveitadas. Há também questões logísticas sobre como escoar a produção com as estradas destruídas.

Medidas federais

O secretário ressalta que o governo já vem tomando medidas para reduzir os impactos e ainda pode anunciar novas ações: “Em relação à atividade econômica, negócios param um primeiro momento mas o socorro do governo federal poderá compensar essa queda inicial da produção.

Além das medidas de crédito para os agricultores, o governo facilitou empréstimos para empresas em geral. Também antecipou parcelas de benefícios para a população.

(Marcello Campos)

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