Presentes, bolo e salão de beleza: abrigo oferece dia especial para as mães em Porto Alegre


Cerca de 140 pessoas estão abrigadas em universidade na zona norte de Porto Alegre, e participaram, neste domingo (12), de comemoração do Dia das Mães; cidade vive caos provocado pelas enchentes. Abrigo oferece dia especial para as mães em Porto Alegre
Com a cidade mergulhada no caos provocado pelas enchentes, que já vitimaram 143 pessoas no Rio Grande do Sul, mães que estão vivendo em um abrigo improvisado em uma universidade na capital Porto Alegre tiveram um respiro neste domingo (12) de Dia das Mães.
Cerca de 140 moradores, que deixaram os bairros Humaitá e Sarandi, puderam aproveitar o que foi oferecido pelo abrigo, na zona Norte da cidade. Houve entrega de lembrancinhas, atividades para as crianças, bolo para o café da tarde, e até um salão de beleza improvisado, tudo pensado para dar um pouco de conforto às mães.
“O trabalho que eles estão fazendo com a gente é maravilhoso. Estão deixando as coisas deles e estão cuidando de nós que estamos precisando neste momento”, declarou Thaíse Martins, uma mãe que é vendedora, e está abrigada no local.
Abrigo da zona norte de Porto Alegre proporciona dia especial para as mães e crianças
Reprodução/RBS TV
Para Thaís Pedrazzi, coordenadora do abrigo que fica na UniRitter, a equipe tem trabalhado para cuidar das famílias e minimizar a tristeza de quem perdeu tudo para as inundações.
“Temos famílias aqui pessoas que passaram por traumas, queremos tirar esse pensamento da cabeça deles para que tenham um pouco de leveza”, disse.
A iniciativa emocionou Suelen, mãe de Valentina, de 4 anos, e de Pedro, que completou um ano de vida no abrigo, na última quinta-feira (9).
Ela, o marido e os filhos moram em Canoas, um dos municípios mais atingidos pelas enchentes, na região Metropolitana de Porto Alegre, e estão no abrigo há uma semana.
“A palavra é gratidão por estar vivo. O momento não é dos melhores, mas não está sendo pior. Temos a assistência que a gente precisa. Não vê a hora de voltar para casa, mas agora é dar tempo ao tempo. Não tem muito o que fazer”, declarou. “Já deu um ânimo, a pessoa fica angustiada de pensar no que acontece lá fora, mas aqui eles dão força para a gente recomeçar”.
Suelen, mãe da Valentina e do Pedro
Reprodução/RBS TV
Lago Guaíba voltou a subir
Com a volta da chuva no fim de semana, o nível do Guaíba, em Porto Alegre, voltou a subir e pode ultrapassar a marca histórica registrada, chegando a 5,5 metros entre segunda (13) e terça-feira (14). A projeção é do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo a UFGRS, a principal preocupação do momento é a nova elevação de níveis em função das chuvas e do efeito do vento. Todos os cenários previstos pelo para a próxima semana apontam para uma cheia duradoura do Guaíba, e repique com nova elevação dos níveis para acima dos 5 metros.
Na capital Porto Alegre, o aeroporto Salgado Filho está fechado desde o último dia 3, e suspendeu os voos até, pelo menos, 30 de maio.
Nível do rio Taquari subiu 6 metros em 24h
Em todo o estado, o número de pessoas fora de suas casas aumentou de cerca de 441 mil, registrado no sábado (11), para mais de 618 mil neste domingo. Mais de 81 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes). Há 125 desaparecidos e 806 feridos.
Neste domingo, a Defesa Civil e o Cemaden alertaram para riscos de novas inundações e deslizamentos no estado pelo acumulado de chuva dos últimos dias.
Para os próximos dias, o estado tem previsão de menos chuva, mas frio intenso e até geada.
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