No embate entre Marçal e Datena, a cadeira fez mais por SP

Dessa forma, o confronto (que deveria ser apenas de ideias) precisou ser interrompido. As cenas viralizaram, como era de se imaginar. O assunto chegou a ser notícia em jornais dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Espanha. Aqui, então, não se fala de outra coisa. E detalhe: tudo isso sem dispormos do canhão de alcance que teríamos com o X. Então, imagine como estaria tal repercussão caso ainda tivéssemos essa plataforma disponível…

Lá por meados de 2018, depois das eleições, lembro que li um comentário nas redes sociais que dizia mais ou menos o seguinte: “O Bolsonaro começou como um meme e virou presidente. Ninguém colocava fé e olhem onde ele chegou. Desse jeito, o que será que vai acontecer com o Cabo Daciolo?”. De fato, faz algum tempo que não ouvimos falar do político. Mas o seu legado de candidato meme, pelo que dá para ver, é só um sintoma da situação política de uns anos para cá: parece que todo mundo está fora de si. E por mais que seja bom rir da bizarrice desses episódios, fica um questionamento: aonde vamos chegar desse jeito?

Por mais que pareça que o fenômeno dos candidatos memes (que não são tão recentes assim, convenhamos) e a cadeirada no Marçal sejam temas não relacionados, eles estão sim muito próximos. E tudo isso se resume a uma palavra: entretenimento. A política, que antes era considerada uma pauta séria e “chata”, virou pão e circo. Aos poucos, personalidades com ambições políticas estão percebendo isso e dançando conforme a música. Quem sabe até mesmo conquistem cargos dessa forma, mas depois vão estar no poder por pelo menos quatro anos.

O que acontece nesse meio tempo? Mais episódios dignos de memes ou um mínimo de trabalho sério? E mais do que isso: será que os eleitores estão sequer se importando? De qualquer forma, já não se dá para ter qualquer certeza se tem algo a se fazer a respeito. Além de memes e risadas, é claro. Apenas é de se desconfiar que a situação não é muito distante de uma pré-anarquia. Acho que nós, gaúchos, devemos ao menos agradecer por não vermos esse tipo de cena em Porto Alegre – por enquanto.

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