Recessão na Argentina se aprofunda com economia encolhendo mais do que o esperado

A economia da Argentina contraiu 1,7% no segundo trimestre do ano sobre os três meses imediatamente anteriores, informou a agência de estatísticas do país nessa quarta-feira (18), evidenciando um aprofundamento da recessão no país. O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina também caiu 1,7% no comparativo anual, mais do que o 1,4% previsto por analistas.

Isso marca a quinta contração trimestral anualizada consecutiva da economia do país e o terceiro declínio trimestral em relação ao trimestre anterior. O setor agrícola chave da Argentina liderou o crescimento, com um aumento de 81,2% em relação ao ano anterior, enquanto a pesca cresceu 41,3%. No entanto, a construção civil caiu 22,2%, a manufatura, 17,4% e a atividade varejista, 15,7%, informou o Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec).

O consumo e o investimento privado também continuaram a cair, embora a Argentina tenha reduzido suas importações e aumentado suas exportações. Os serviços financeiros, o setor imobiliário e os hotéis e restaurantes também registraram queda na atividade.

A Argentina entrou em uma recessão técnica – dois períodos consecutivos de contração do PIB na comparação trimestral – no primeiro trimestre deste ano. Ela encerrou 2023 com uma contração de 1,6%.

O governo do presidente libertário Javier Milei, que promoveu uma dura política de austeridade que prejudicou a atividade econômica e aumentou a pobreza e o desemprego, afirma que as medidas de corte de custos são necessárias para controlar a inflação mais alta do mundo, que está acima de 250%, reconstruir suas reservas internacionais e reverter anos de profundos déficits fiscais.

Previsão de domingo

No domingo passado (15), o governo de Milei previu que a inflação argentina despencará no ano que vem, e que a economia do país se recuperará mais do que o esperado de uma recessão exacerbada por sua campanha de austeridade. A inflação anual, de mais de 230% ao ano, cairá para cerca de 104% até o final deste ano e 18% até dezembro de 2025, de acordo com a primeira proposta orçamentária de seu governo.

A economia da Argentina crescerá 5% no ano que vem, acima dos 3,5% previstos por analistas sondados pelo banco central, segundo a proposta, apresentada por Milei ao Congresso no último domingo. As projeções orçamentárias detalham a visão de Milei para a economia enquanto seu partido caminha para eleições no ano que vem, em que precisa conseguir mais assentos no Congresso para avançar com sua agenda.

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