Eleições 2024: Lula diz que é preciso “rediscutir” papel eleitoral do PT

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa sexta-feira (11) que é preciso “rediscutir” o papel eleitoral do PT diante do primeiro turno. Ele destacou que o partido elegeu mais nomes do que em 2020, mas pontuou que os resultados ficaram concentrados no Nordeste e que a legenda foi mal em São Paulo, onde elegeu só três prefeitos. Lula está em Fortaleza e deu uma entrevista para a rádio O Povo/CBN.

O PT elegeu 248 prefeitos no primeiro turno e ainda está na disputa em 13 cidades, sendo quatro capitais (Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá). Há quatro anos, haviam sido 182 prefeitos eleitos e nenhuma capital.

Do total, foram 168 no Nordeste, quase 70%. Piauí e Bahia foram os estados com mais prefeitos eleitos: 50 e 49, respectivamente.

“Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste. Tivemos boa participação no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais ganhamos as que já governamos (Contagem e Juiz de Fora), mas não fomos bem em São Paulo. Perdemos São Bernardo do Campo, Santo André, perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza que iríamos ganhar. Estamos no segundo turno em Mauá e Diadema…. Em Teresina, todo mundo dava como certa a eleição do candidato do PT (Fábio Bovo)”, disse Lula.

A derrota de Eliana Honain (PT) em Araraquara foi sentida pelo partido porque a cidade é governada há oito anos pelo ex-ministro Edinho Silva. A vitória foi do candidato do PL, Doutor Lapena. Nesta semana, Edinho, que é cotado para ser o próximo presidente do partido, disse que o ambiente de polarização prejudicou o partido. O PT venceu três disputas em São Paulo (Matão, Santa Lúcia e Lucianópolis).

Nesta sexta, Lula disse que confia na vitória de Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo, mesmo diante do cenário adverso apontado pelo Datafolha, que mostra Ricardo Nunes (MDB) com larga vantagem.

“Ele tem duas semanas para convencer as pessoas. Eu, se puder ajudá-lo, vou ajudá-lo”, disse Lula. “Essa eleição eu tive uma participação mais acanhada, porque eu sou o presidente da República, eu tenho uma base no Congresso Nacional muito ampla. Em São Paulo eu me dediquei um pouco, fui duas vezes, porque lá é uma briga que está estabelecida entre lulismo e bolsonarismo.”

Novo avião

O presidente Lula afirmou na quinta-feira (10) que após a pane técnica em seu avião no retorno do México, o governo federal vai comprar novos aviões para a presidência e para os ministros. Lula afirmou que não pode o presidente da República “correr riscos”. Lula deu detalhes sobre o voo e afirmou que “é uma vergonha o Brasil não se respeitar”, ressaltando a importância da segurança das autoridades institucionais.

“Desse problema tiramos uma lição. Vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões, porque o Brasil, um país grande, a gente ser pego de surpresa? Então vamos preparar. Eu pedi para o ministro da Defesa que me fizesse uma proposta, vamos comprar um avião para o presidente da República entendendo que a ignorância não pode prevalecer. O avião para o presidente da República, não é para o Lula, Bolsonaro, FHC, é para instituição, quem quer que seja eleito. E vamos comprar alguns outros aviões porque é preciso que os ministros viagem. A gente não governa o Brasil com ministro ficando em Brasília, ministro tem que viajar, fazer entrega, conversar com prefeito, governador, com o povo.”

Lula deu a declaração durante entrevista nessa sexta à rádio O Povo/CBN. Lula está em Fortaleza para eventos do governo, como a entrega de unidades do Minha Casa Minha Vida e ônibus escolares, e também para agendas de campanha. No fim da tarde, ele vai participar de um comício do candidato do PT na capital cearense, Evandro Leitão.

De acordo com o Datafolha, o segundo turno em Fortaleza começou acirrado: André Fernandes (PL) tem 47% das intenções de voto, em empate técnico com Leitão, que aparece com 45%. Fernandes é apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto o petista conta com o apoio de Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana, que tirou férias para se engajar na campanha.

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