Cliente suspeita de jogar suco em atendente de lanchonete no RS é indiciada por injúria real


Pena prevista é de três meses a um ano de prisão. Caso aconteceu em uma unidade da Mini Kalzone no Shopping Iguatemi, em Porto Alegre, no final de setembro. Cliente joga bebida em atendente após ser informada que loja não fornece canudo no RS
A Polícia Civil indiciou por injúria real a mulher de 48 anos que teria jogado suco contra uma atendente de uma lanchonete após ser informada que o local não fornecia canudo em Porto Alegre. O caso aconteceu em uma unidade da Mini Kalzone no Shopping Iguatemi, na Zona Norte de Porto Alegre, no dia 28 de setembro.
📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp
O nome dela não foi divulgado pela Polícia Civil. Ela preferiu ficar em silêncio quando questionada, durante depoimento, sobre o que havia acontecido.
O delegado Alexandre Vieira, que foi o responsável pela investigação do caso, explica que o crime de injúria real é quando a ofensa “consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes”. A pena prevista é de três meses a um ano de prisão, conforme o Código Penal.
“[Injúria real] se dá quando o agressor, através de suas atitudes, causa vergonha e procura humilhar a vítima, atingindo sua honra”, explicou Vieira.
De acordo com o delegado, o crime de injúria real é condicionado à representação da vítima. Dessa forma, a atendente da lanchonete precisa manifestar o interesse de levar o caso à Justiça. “Não trata-se de crime de ação pública”, disse o delegado.
LEIA TAMBÉM
Polícia investiga suspeita de estupro de vulnerável em caso de adolescentes que desapareceram em Ametista do Sul
Polícia identifica homem que matou frentista a tiros após ser impedido de entrar no banheiro feminino de posto em Porto Alegre
Cliente jogou copo de suco contra atendente após ser informada que loja não fornecia canudo em Porto Alegre
Reprodução/Redes sociais
Relembre o caso
Após ter sofrido a agressão, a atendente, identificada como Odara Gomes, de 19 anos, gravou um vídeo relatando o que aconteceu (veja acima). O caso ganhou repercussão nas redes sociais.
“Eu acabei de ser totalmente humilhada por uma cliente. A gente não fornece canudo, eu disse para o marido dela tomar o suco com a boca e ela jogou o suco dizendo para eu tomar com a boca. E essa é a minha situação agora”, diz ela, mostrando a camiseta que vestia toda molhada.
Odara foi ouvida na delegacia em 4 de outubro. A jovem está afastada do trabalho em razão de uma licença médica e deve retornar a uma unidade diferente da lanchonete nesta terça-feira (15).
Em nota, a Mini Kalzone afirma que “disponibilizou apoio jurídico e psicológico à colaboradora” e que “de imediato, foram tomadas as providências cabíveis ao contatarmos as autoridades competentes e segurança do empreendimento para auxiliar na identificação da agressora” (leia abaixo na íntegra).
Nota da empresa
“A Mini Kalzone lamenta profundamente o incidente ocorrido no dia 28 de setembro de 2024, em uma de nossas unidades franqueadas em Porto Alegre, onde nossa colaboradora foi vítima de uma agressão e humilhação inaceitáveis por parte de uma cliente. O fato teve origem na insatisfação da cliente com a política de não fornecermos canudos, adotada em estrito cumprimento à legislação local.
Desde o momento do ocorrido, nossa equipe atuou prontamente para prestar suporte necessário à colaboradora, oferecendo recursos para que ela pudesse retornar para casa em segurança e ser acolhida no ambiente familiar. Além disso, de imediato, foram tomadas as providências cabíveis ao contatarmos as autoridades competentes e segurança do empreendimento para auxiliar na identificação da agressora.
Em menos de 8 horas após o ocorrido, foi registrado um Boletim de Ocorrência, anexando as imagens de segurança da loja.
Desde o ocorrido, permanecemos colaborando ativamente com as autoridades para garantir que os responsáveis sejam identificados e que a justiça seja feita, agindo com transparência e respeito aos trâmites legais. Esclarecemos que, em conformidade com as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as imagens de segurança não podem ser compartilhadas publicamente, estando disponíveis apenas para as autoridades competentes.
A Mini Kalzone disponibilizou apoio jurídico e psicológico à colaboradora, reafirmando nosso compromisso em garantir seu bem-estar e segurança. Para nós, este não é apenas um caso isolado de violência, mas uma afronta aos valores e princípios que defendemos. Não mediremos esforços para proteger nossa equipe e buscar a responsabilização pelos atos cometidos.
Agradecemos a compreensão e o apoio de todos. Seguiremos empenhados para que essa situação seja resolvida com justiça e transparência, defendendo sempre o respeito e a integridade de nossos colaboradores”.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Adicionar aos favoritos o Link permanente.