Transações bancárias: escolher uma chave aleatória deixa o Pix mais seguro; entenda

Clientes dos principais bancos do País relataram instabilidade no Pix nessa segunda (14). O Banco Central (BC) informou que problemas técnicos afetaram o sistema de pagamento instantâneo, mas não deu mais detalhes do que ocorreu. Ainda segundo o BC, o problema foi resolvido pela manhã. Em 2024, o Banco Central do Brasil identificou um aumento de vazamentos de dados de chaves Pix.

Uma das possibilidades de usar o Pix com ainda mais segurança é escolher uma chave aleatória – uma sequência de letras e números gerada aleatoriamente no aplicativo do banco. Com ela, não é preciso passar dados pessoais.

Os vazamentos representam menos de 1% dos mais de 800 milhões de chaves cadastradas. Por isso, a operação por Pix é considerada bastante segura.

“O Pix é um sistema absolutamente seguro. Ele é um sucesso em termos de sistema financeiro em nível mundial. Mas, como qualquer outro sistema, é suscetível a falhas”, diz Rafael Reis, presidente do Instituto Nacional de Proteção de Dados.

Entre pessoas e empresas são quase 170 milhões de usuários cadastrados no Brasil. Quando o Pix foi criado, em 2020, foram mais de 176 milhões de transações. Número que passou para 41 bilhões em 2023.

O Pix é fácil de usar e prático, mas é preciso tomar alguns cuidados. De janeiro a setembro de 2024, o Banco Central do Brasil registrou o vazamento de quase 126 mil dados pessoais vinculados a chaves Pix, um aumento de 44% em relação a todo o ano de 2023.

O presidente do Instituto Nacional de Proteção de Dados explica que a maioria dos vazamentos acontece na conexão das instituições financeiras e meios de pagamentos com o Banco Central.

“Muitas vezes, esse meio do caminho pode ser ali por uma falha de segurança, de criptografia, ou por algum ataque que ocorre na instituição financeira. É nesse momento que podem acontecer vazamentos de dados, seja de chave Pix, seja de dados vinculados à chave Pix”, afirma Reis.

A Lei Geral de Proteção de Dados classifica as informações usadas na chave Pix – como CPF, e-mail e celular – e outras vinculadas a essas chaves – nome, conta e agência bancária – como dados pessoais. Eles só podem ser disponibilizados com o consentimento do titular. O uso sem autorização ou de maneira indevida pode trazer consequências graves.

“Essas bases de dados vazadas são ouro nas mãos dos criminosos. Elas são a munição para a prática da maioria dos golpes, dos estelionatos cometidos pela internet. Então, os criminosos utilizam nome, CPF, número de telefone, um endereço para dar credibilidade aos golpes. Utilizam para aplicar golpes de WhatsApp, golpes de falsa central bancária e diversos outros esquemas para iludir a pessoa e fazê-la acreditar que está falando com uma empresa legítima, com um banco, com algum parente”, explica Mauro Ellovitch, promotor do Gaeciber, do Ministério Público de Minas Gerais.

O Banco Central do Brasil declarou que atua para identificar falhas na atuação de participantes do Pix; que a segurança é pilar fundamental, e sempre que houver necessidade, novas medidas vão ser implementadas.

A Febraban afirma que o sistema bancário possui robustas estruturas de monitoramento de seus sistemas e confia nos mecanismos de segurança adotados pelo Banco Central para o meio de pagamento Pix.

 

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