Votação antecipada para presidente dos Estados Unidos bate recorde de eleitores

O Estado da Geórgia registrou recorde de eleitores no início da votação antecipada para presidente dos Estados Unidos, na terça-feira (15). Oficialmente, o pleito está marcado apenas para 5 de novembro, mas alguns estados antecipam o início da votação para facilitar a participação dos eleitores.

Mais de 325 mil cidadãos votaram durante a terça-feira no Estado. O número é mais que o dobro do primeiro dia de votação antecipada na eleição de 2020, quando 136 mil eleitores compareceram. Naquele ano o mundo enfrentava a pandemia de Coronavírus.

A Geórgia é um dos estados-chave na eleição presidencial dos Estados Unidos. A democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump aparecem empatados em pesquisas feitas no Estado. Quem vencer na área leva 16 delegados — é necessário conquistar 270 em todo o país para ser eleito.

Além da votação presencial, a Geórgia também está recebendo votos pelo correio. Eleitores que optarem por esta modalidade precisam apresentar provas de identidade. Um dos eleitores que votou antecipadamente no Estado é o ex-presidente Jimmy Carter, que completou 100 anos recentemente. Membro do Partido Democrata, Carter anunciou apoio a Kamala.

Em todo o país, pelo menos 5,5 milhões de norte-americanos já votaram, de acordo com dados do Laboratório Eleitoral. O número representa uma queda em comparação com o mesmo período de 2020, quando 27 milhões de pessoas já tinham votado.

O resultado expressivo nas eleições antecipadas de 2020 pode ser explicado pela pandemia de Covid-19. Naquele ano, milhares de pessoas preferiram votar antes da data oficial para evitar aglomerações.

Alguns republicanos continuam a insistir que os eleitores deveriam poder votar apenas pessoalmente e no dia da eleição. No entanto, autoridades do partido estão incentivando seus apoiadores a votar com antecedência. Ainda na terça-feira, um juiz da Geórgia derrubou uma regra que exigia a contagem manual dos votos em cédulas de papel.

A regra, que poderia atrasar a apuração em um dos Estados onde a eleição será decisiva, tinha sido aprovada em 20 de setembro pelo Conselho Eleitoral do Estado da Geórgia.

Nesta terça, o juiz Robert McBurney afirmou que era apropriado pausar a mudança, pois colocaria incerteza no processo a poucas semanas do dia da eleição.

Pela regra agora derrubada, o número de cédulas de papel — e não o número de votos — teria que ser contado em cada local de votação por três grupos de fiscais eleitorais separados até que as três contagens fossem iguais. Democratas, especialistas jurídicos e defensores da democracia expressaram preocupações de que essas novas regras pudessem ser usadas pelo ex-presidente e seus apoiadores para gerar caos nas eleições deste ano.

Em 2020, o Estado estava no centro de uma das tentativas do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump de reverter sua derrota para Biden: após perder por pequena margem, Trump ligou para o secretário do estado pedindo para ele “encontrar” 11.780 votos.

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