Barcos de resgate “surfam” ondas de 1 metro e meio no Guaíba para fazer salvamentos

O resgate de moradores e animais presos nas enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul foi prejudicado nessa terça-feira (14) por causa de ondas e ventanias no Guaíba, em Porto Alegre. As embarcações que circulam no local precisam “surfar” ondas de até 1,5 metro de altura, potencializadas por ventos que vêm do sul do continente, tornando a navegação arriscada para botes menores. Imagens publicadas nas redes sociais mostram a força das ondas na orla da cidade.

O Guaíba chegou ao nível de 5,22 metros no início da noite, com tendência de nova cheia. A estimativa feita pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul aponta que o Guaíba pode chegar a 5,60 metros nos próximos dias.

Caso a projeção se confirme, as águas que tomam conta da capital gaúcha vão superar em 25 centímetros o recorde registrado em 4 de maio, quando os medidores chegaram a 5,35 metros. O recorde anterior era da enchente de 1941, quando o nível alcançou os 4,76 metros.

O número de mortos pela tragédia chegou a 149 vítimas, segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil. Ao todo, há ainda 112 pessoas desaparecidas. A quantidade de pessoas desalojadas passa de meio milhão e alcança 538.245 pessoas. Já os atingidos diretamente pelos alagamentos ou deslizamentos de terra chegam a 2,12 milhões, tendo mais de 79 mil pessoas em abrigos no Estado.

São 446 municípios do Rio Grande do Sul atingidos pelas fortes chuvas, ou seja, nove em cada dez cidades gaúchas sofrem com os estragos das enchentes e inundações.

Aeroporto

O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, não deve retomar as atividades antes de setembro, em função de alagamentos que danificaram estrutura do terminal. A unidade está debaixo d’água há mais de duas semanas pelos fortes temporais que assolam o Rio Grande do Sul, e o tráfego aéreo foi suspenso ainda na semana passada pela Fraport, concessionária que controla o aeroporto.

O prazo previsto internamente leva em consideração uma avaliação preliminar da unidade, com o avanço das águas comprometendo a pista de pouso, a parte elétrica, o sistema de radar e luzes de balizamento, fundamentais para pousos e decolagens. Diante do cenário, uma saída estudada pela Fraport é adaptar a Base Aérea de Canoas, da Aeronáutica, para receber voos comerciais a partir da próxima semana.

Inicialmente, há previsão que a unidade possa receber cinco voos comerciais por dia, mas o fluxo pode ser reavaliado se houver necessidade. Para isso, no entanto, precisam montar uma estrutura mínima para atender os passageiros e facilitar as atividades das companhias aéreas. Uma possibilidade é fechar convênio com o ParkShopping Canoas para ajudar na logística dos viajantes, para que consigam fazer check-in e se alimentar.

Visando proteger os consumidores, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu as companhias aéreas de comercializar bilhetes com partida e destino ao aeroporto de Porto Alegre, Salgado Filho.

A medida foi determinada em ofício assinado por representante da pasta e abrange todos os canais de venda, como agências de viagens e outros intermediários. A retomada da venda de bilhetes dependerá de uma nova avaliação da Anac.

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