Corpo de PM morto por homem que abriu fogo contra a polícia e a própria família é velado no RS


Everton Raniere Kirsch Junior, 31 anos, deixa o filho, que tem 45 dias, e a esposa. Atirador assassinou outras duas pessoas e feriu nove. Ele morreu durante troca de tiros. Amigos, familiares e colegas de BM acompanham velório de policial morto
Jefferson Botega/Agência RBS
O corpo do policial militar Everton Raniere Kirsch Junior, 31 anos, está sendo velado, nesta quinta-feira (24), no Cemitério Jardim da Memória, em Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O PM é uma das vítimas do homem que manteve a própria família em cárcere privado, matou o pai e o irmão e feriu outras nove pessoas.
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Amigos, familiares e colegas de Brigada Militar (BM) acompanham a despedida. Segundo relatos de pessoas ouvidas pela RBS TV, o soldado “era muito bem quisto por todos dentro da Corporação”.
Everton estava na BM desde 2018. Recentemente, se tornou pai. Ele deixa o filho, que tem 45 dias, e a esposa.
Seis feridos permanecem hospitalizados após o ataque a tiros. São três policiais militares, um guarda municipal e dois familiares do atirador.
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O caso mais grave é o do PM Rodrigo Weber Volz, 31 anos. Conforme a Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo, ele encontra-se em estado gravíssimo na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) manifestaram pesar pela morte das vítimas, citando o PM baleado.
Policial militar Everton Raniere Kirsch Junior, 31 anos, morreu em Novo Hamburgo
Reprodução/RBS TV
O caso
O crime aconteceu em uma casa na Rua Adolfo Jaeger, no bairro Ouro Branco. Conforme a BM, o homem manteve os pais em cárcere privado. O próprio pai teria ligado para a polícia denunciando maus-tratos, segundo o Bom Dia Brasil. Logo que viu os agentes, na parte da frente do imóvel, o homem atirou contra eles.
De acordo com o tenente-coronel Alexandro Famoso, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM) de Novo Hamburgo, houve tentativa de negociação e conversa com o atirador, incluindo contato telefônico. O homem, no entanto, só respondia com disparos, segundo o comandante.
O comandante Alexandro Famoso informou que o homem atirou “de forma inesperada […] em todas as pessoas que se encontravam naquele local, na frente da residência”.
O cerco começou na noite de terça-feira (22) e durou cerca de nove horas. O suspeito foi morto na troca de tiros com a polícia.
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Armas e munição encontradas
A Brigada Militar (BM) encontrou quatro armas e “farta munição” na casa. O suspeito tinha registro de colecionador, atirador desportivo e caçador (CAC).
Foram localizadas duas pistolas, uma de calibre 9 mm e outra .380, e duas espingardas. O chefe da Polícia Civil do RS, delegado Fernando Sodré, classificou a situação como um “cenário de guerra”.
O atirador também abateu dois drones da Brigada Militar. As armas estariam legalizadas, segundo os investigadores.
“Ele era a CAC, e tinha uma arma registrada no SIGMA, no Exército, e uma arma registrada no SINARM, no Registro Normal. E todas as armas dele apresentavam legalidade, todas estavam de acordo com a legislação”, diz Sodré.
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RBS TV/Reprodução
O secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, afirmou que o assassino tinha histórico de esquizofrenia.
“Ele tinha um histórico de pelo menos quatro internações por esquizofrenia, então é óbvio que qualquer um de nós sabe que no momento em que se der acesso a arma de fogo e afarta munição a uma pessoa com esquizofrenia, uma tragédia vai ocorrer”, afirma Caron.
Ao g1, o Exército informou que havia uma pistola .380 registrada no nome do suspeito. A arma foi adquirida em 2007, e a revalidação estava prevista para 2026. “⁠O laudo psicológico de 2020, feito por um profissional credenciado, não apontou problemas”, informou o porta-voz do Exército.
Já a Polícia Federal (PF) afirmou que, “das quatro armas apreendidas, há registrado no sistema SINARM apenas um armamento, com certificado de registro válido, conforme legislação vigente na época”.
“O pedido de aquisição da referida arma de fogo foi realizado nesta Superintendência da Polícia Federal, quando foi anexada a documentação exigida pela legislação, inclusive o laudo psicológico de APTO para a aquisição de armas, emitido por psicóloga devidamente credenciada”, disse a PF.
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