Vladimir Putin diz que Moscou responderá se o Ocidente ajudar a Ucrânia a atacar a Rússia com mísseis

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesse domingo (27) que o Ministério da Defesa da Rússia está trabalhando em diferentes formas de resposta caso os Estados Unidos e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ajudem a Ucrânia a atacar a Rússia com mísseis de longo alcance.

A guerra na Ucrânia, que já dura 2 anos e meio, desencadeou o maior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde os primórdios da Guerra Fria, e as autoridades russas dizem que a guerra está entrando agora em sua fase mais perigosa.

A Rússia vem sinalizando para os Estados Unidos e seus aliados há semanas que, se eles derem permissão à Ucrânia para atacar com profundidade o território russo por meio de mísseis fornecidos pelo Ocidente, Moscou considerará isso uma grande escalada nas tensões.

Putin disse em 12 de setembro que a aprovação ocidental para tal medida significaria “o envolvimento direto dos países da Otan, dos Estados Unidos e dos países europeus na guerra na Ucrânia”, porque a infraestrutura militar e o pessoal da Otan teriam que estar envolvidos no direcionamento e no disparo destes mísseis.

O presidente russo disse que é muito cedo para dizer exatamente como a Rússia reagiria a essa ação, mas que Moscou teria que responder à altura e que diferentes opções estão sendo examinadas.

“(O Ministério da Defesa russo) está pensando em como responder aos possíveis ataques de longo alcance em território russo e oferecerá uma série de respostas”, disse Putin ao principal repórter da TV estatal russa na cobertura do Kremlin, Pavel Zarubin.

“Nova ordem”

Na última quarta (23), Putin defendeu uma nova “ordem mundial multipolar” na abertura da reunião de cúpula do Brics, um grupo de países emergentes que deseja virar uma alternativa às organizações ocidentais.

“O processo de formação de uma ordem mundial multipolar está em curso, é um processo dinâmico e irreversível”, disse Putin na cerimônia de abertura oficial do encontro de cúpula.

A organização do Brics está “fortalecendo sua autoridade nas questões internacionais”, completou, antes de pedir aos países membros que considerem como podem abordar os problemas mais prementes da agenda global, incluindo os “conflitos regionais graves”.

O grupo dos Brics foi criado em 2009 com quatro integrantes – Brasil, Rússia, China e Índia – e, em 2010, a África do Sul foi adicionada. Em 2024, quatro países entraram para o bloco: Etiópia, Irã, Egito e Emirados Árabes Unidos.

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