Cheia histórica atingiu mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetou 157 mil moradores, diz levantamento da prefeitura


População das regiões do Sarandi, Menino Deus e Farrapos são as mais atingidas, segundo mapeamento. Ruas alagadas na cidade de Porto Alegre em 14 de maio de 2024.
Anselmo Cunha / AFP
As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio atingiram mais da metade dos bairros de Porto Alegre e afetaram 157 mil moradores da Capital. Os dados foram compilados a partir de um levantamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).
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Os bairros mais afetados estão localizados próximos à orla do Guaíba, na Zona Sul, ou no limite de cidades vizinhas e que foram castigadas pelas inundações, na Zona Norte. Também há registros de transtornos aos moradores da região central. Segundo atualização da manhã desta quarta-feira (15), 13,8 mil pessoas estão em abrigos.
Enchente em Porto Alegre
Diego Vara/Reuters
De acordo com o mapeamento da prefeitura, as populações dos bairros Sarandi, Menino Deus e Farrapos são as que registram o maior número de atingidos. O relatório levou em consideração o pico de 5,35 m que o lago Guaíba atingiu.
O painel também traz dados sobre edificações atingidas. São 160 escolas que sofreram algum transtorno, como alagamentos ou danos na estrutura . Outras 22 unidades de saúde, dois hospitais, três farmácias populares e quatro clínicas da família também registraram prejuízos com o avanço das águas.
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Como funciona o sistema de abastecimento de água
O aeroporto está fechado desde a última sexta-feira (3) devido à elevação das águas do Guaíba. Na terça (14), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou a suspensão da comercialização de passagens aéreas para voos de origem e destino ao Salgado Filho. O terminal deve reabrir apenas em setembro.
Imagem de drone mostra avião em meio a alagamento no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, no dia 7 de maio de 2024
Wesley Santos/Reuters
Outros pontos tradicionais de Porto Alegre também registraram alagamentos, como a prefeitura, a rodoviária, o Mercado Público, a Arena do Grêmio e o Estádio Beira-Rio.
O Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) sinaliza que o Guaíba atingiu o nível máximo de 5,25 metros na terça-feira (14) e que a tendência é que, agora, ele baixe – de forma lenta e gradual.
Corredor humanitário
O corredor humanitário, construído de forma emergencial para acesso alternativo à Capital, está sendo ampliado em 300 metros do outro lado da pista, na região da rodoviária da cidade. A ampliação vai permitir com que veículos de emergência circulem tanto para ingressar quanto para sair do Centro Histórico com maior facilidade. Atualmente, os dois sentidos funcionam na mesma pista.
Desde que começou a operar, na sexta-feira (10), o trecho registra tráfego médio de 100 veículos por hora. O caminho foi estruturado para agilizar o abastecimento dos serviços essenciais da cidade, como oxigênio, água, alimentos e equipamentos de emergência. O trajeto liga a área central de Porto Alegre, pelo Túnel da Conceição, à Avenida Castelo Branco e à BR-290 (Freeway).
Abertura de nova pista no ‘corredor humanitário’ em Porto Alegre
Julio Ferreira/PMPA

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